Caso os alimentos in natura apresentem queda nos preços em março pode ser registrada uma deflação no próximo mês. A avaliação é do coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), Rafael Costa Lima. De acordo com ele, além do movimento do grupo Alimentação, o impacto do corte na tarifa de energia elétrica deve ser maior em março, o que contribui para que no próximo mês o IPC tenha variação menor do que a de fevereiro. A projeção da Fipe é de que o indicador feche o segundo mês do ano com variação de 0 37%.
O comportamento dos alimentos in natura será decisivo para o resultado do próximo mês. "Os in natura sobem com as chuvas e depois rapidamente se equilibram. Se tivermos queda neste grupo já em março, é muito provável que tenhamos deflação. O cenário é de uma variação certamente menor do que a de fevereiro", comentou o economista. Ele explica que, somada a uma possível queda nos alimentos, o corte da tarifa de energia elétrica terá impacto maior no próximo mês. "Para março, esse impacto (da energia) vai ser maior, pois a maioria dos consumidores vai começar a pagar a redução da alíquota cheia", disse.
Se por um lado as pressões de baixa serão maiores, as de alta - como aumento nos combustíveis, IPTU e passagens aéreas - devem ser menores. "Em março começa a sair o aumento da gasolina, aumento do IPTU, entramos na baixa temporada de passagens aéreas. Devemos ter uma inflação até menor do que a de fevereiro", avaliou.