O mercado de trabalho segue firme e mostrou a menor taxa de desemprego para um mês de janeiro, desde o começo da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em 2002. A taxa de desemprego no Brasil alcançou em janeiro 5,4% ficando praticamente estável frente ao mesmo mês do ano passado (5,5%). Apesar do esfriamento da economia brasileira, a renda média real do trabalhador avançou 2,4% em 12 meses no Brasil, e 5,2% na Grande BH. Mesmo sendo a menor taxa em 11 anos, em janeiro o desemprego registrou alta, de 4,6% para 5,4% no país, atribuída ao fim do emprego temporário.
Em BH, a taxa de desemprego fechou em 4,2% em janeiro, três pontos percentuais abaixo de janeiro de 2012. A renda real do trabalhador da Grande BH no período avançou em ritmo bem mais acelerado que a média nacional, empurrada por profissões ligadas à construção civil e ao trabalho doméstico. “Em Belo Horizonte, o crescimento da renda do trabalhador foi puxado pela construção e a indústria. Ambos registraram alta de 15% no rendimento médio real”, explica a analista do IBGE Adriana Beringuy. Os salários da empregada doméstica, babá e trabalhadores do lar, como porteiros e zeladores, também estão no topo da lista dos que mais cresceram no período, avançando 9,2% em 12 meses, alta bem superior do que tiveram os empregados do comércio por exemplo, responsável por 18,2% dos postos de trabalho.
Na comparação com janeiro de 2012, os destaques positivos na abertura de novas vagas foram as atividades outros serviços, que envolvem segmentos como alimentação, comunicação, transportes, com geração de 22 mil postos de trabalho: e a indústria extrativa e de transformação e produção e distribuição de eletricidade, gás e água (17 mil postos). A maior queda no emprego formal da Grande BH veio dos serviços domésticos, de onde saíram 9 mil trabalhadores. Para o professor do Ibmec João Bonomo, a construção civil deve carregar ainda este ano grande responsabilidade no mercado de trabalho com criação de vagas. Já o emprego doméstico, segundo o professor, tende a reduzir sua participação na economia brasileira, apesar de ser um segmento altamente demandante.
Regras para sindicatos
O Ministério do Trabalho e Emprego irá endurecer as regras para a criação de sindicatos, com o aumento da exigência de documentação, e passará a terceirizar a decisão sobre pedidos polêmicos, nos quais haja dúvida se já existe um sindicato em funcionamento atendendo a categoria pleiteada. As medidas foram anunciadas ontem pelo ministro Brizola Neto. As novas exigências vão ser publicadas em 30 dias. Os sindicatos que já estão em funcionamento também terão de se adequar. Segundo o ministério, dos cerca de 14 mil sindicatos existentes, 940 têm registros irregulares.