A taxa de desemprego na Grande Belo Horizonte cresceu pelo segundo mês consecutivo. Passou de 5,3%, em dezembro de 2012, para 5,6% em janeiro de 2013, o que representa, em número absoluto, 135 mil homens e mulheres. Também houve expansão em relação ao mesmo período do ano passado, quando o indicador havia sido de 5,1%. Apesar do aumento, é o menor índice entre as sete regiões metropolitanas brasileiras pesquisadas pelo Dieese. A média nacional subiu de 9,8% para 10%. O aumento apurado no conjunto da capital mineira e cidades vizinhas já era esperado pelos pesquisadores, que tratam a alta como algo sazonal, devido às demissões em massas pelo comércio.
Em outras palavras, nesta época do ano o setor dispensa os funcionários temporários contratados para as festas de Natal e réveillon. “O comércio, no fim do ano, contrata temporários e, nesse período (janeiro), a tendência é de que boa parte dessas pessoas perca a vaga. A redução foi de 20 mil (postos)”, disse o economista Plínio Campos, coordenador da pesquisa pela Fundação João Pinheiro (FJP), entidade parceira do Dieese no estado. Para ele, a taxa deve apresentar novas altas em fevereiro, o que também será um resultado normal, tendo em vista que nem todos os temporários contratados pelo comércio foram dispensados no mês passado.
O especialista, porém, prefere não arriscar opróximo percentual do indicador. Ao contrário do comércio, houve aumento no contingente de empregados nos setores de serviço (1 mil pessoas), indústria da transformação (9 mil) e construção civil (8 mil). As demissões no comércio, porém, puxaram para baixo o saldo de homens e mulheres com carteira de trabalho assinada. A redução, em relação ao mês anterior, foi de 13 mil. Por outro lado, o total de trabalhadores sem o documento cresceu em nove mil. O número de autônomos também avançou: quatro mil pessoas a mais.
SALÁRIOS O rendimento real médio dos ocupados, que tem como base sempre o mês anterior ao do indicador de desemprego, fechou dezembro de 2012 em R$ 1.587,00 na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A cifra representa um acréscimo de 2,1% em relação a novembro do mesmo ano. Já o salário real chegou a R$ 1.552,00, com expansão de 1,9%. Ao ser discriminado por setor, notou-se aumento de 3,3% no rendimento médio dos autônomos (R$ 1.488,00), de 0,6% no contracheque de quem trabalha na iniciativa privada (R$ 1.431,00), de 2,4% no segmento de comércio (R$ 1.106,00). Houve queda (1,2%), porém, na indústria de transformação (R$ 1.494,00).