O Banco Central (BC) registrou lucro de R$ 24,615 bilhões em 2012, o melhor resultado desde 2008. O valor foi divulgado há pouco pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que hoje aprovou o balanço do órgão referente ao ano passado. No primeiro semestre, a instituição lucrou R$ 12,318 bilhões. Nos seis meses seguintes, o resultado ficou positivo em R$ 12,297 bilhões.
O lucro, no entanto, seria muito maior não fosse a administração das reservas internacionais, que rendeu R$ 21,2 bilhões à autoridade monetária no ano passado. O BC teria registrado ganho de R$ 45,8 bilhões, mas esse resultado não é oficial porque, em 2008, a autoridade monetária mudou a forma de registrar a contabilidade e separou os resultados das reservas no exterior do lucro da instituição financeira.
No ano passado, o Banco Central gastou R$ 43,8 bilhões com administração das reservas internacionais, desconsiderando a correção cambial. O montante representa o custo que a autoridade monetária tem ao deixar de aplicar o dinheiro no país (que rendem o equivalente à taxa básica de juros (Selic), atualmente em 7,25% ao ano) para manter as reservas no exterior com juros próximos de zero. A perda foi parcialmente compensada pela alta de 8,9% do dólar no ano passado, que fez o valor em reais das reservas aumentar em 2012.
De acordo com o diretor de Administração do Banco Central, Altamir Lopes, a subida do dólar impulsionou as reservas internacionais no primeiro semestre do ano passado. Nos seis primeiros meses de 2012, o Banco Central teve ganho de R$ 31,4 bilhões com a administração do dinheiro aplicado no exterior, considerando a correção cambial. Com a cotação do dólar subindo apenas 1,1% no segundo semestre, no entanto, as reservas internacionais registraram perda.
De julho a dezembro, o BC teve perda de R$ 10,2 bilhões com o carregamento das reservas, também considerando a variação do câmbio, o que reduziu o ganho acumulado em 2012 para R$ 21,2 bilhões. O lucro de R$ 12,297 bilhões de junho a dezembro será transferido ao Tesouro Nacional em até dez dias úteis. O prejuízo com as reservas internacionais no segundo semestre será coberto pelo Tesouro Nacional, mas o repasse depende de aprovação de crédito no Orçamento Geral da União do próximo ano.