O fundo que deverá ser criado para dar liquidez às debêntures incentivadas para a infraestrutura poderá ser liderado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mas deverá ter participação de bancos privados, afirmou nesta quinta-feira o vice-presidente da instituição de fomento, João Carlos Ferraz.
O executivo defendeu a participação dos bancos privados no financiamento de longo prazo, mas não deu detalhes sobre as medidas em estudo pelo governo. "A agenda é muito grande e o BNDES tem defendido há muito tempo a necessidade de termos mais agentes financiando o longo prazo, seja por crédito, seja pelo mercado de capitais, na renda fixa", disse Ferraz, após participar de evento sobre a economia chinesa, no Rio.
No caso do fundo de liquidez para as debêntures incentivadas - que têm isenção de impostos sobre os rendimentos quando são voltadas para projetos de infraestrutura -, o objetivo é resolver um problema visto em outros países: a baixa circulação desses títulos de renda fixa, que acabam ficando nas carteiras dos bancos, dando pouca opção de saída para os investidores.
"Precisamos tentar desenhar instrumentos que favoreçam a liquidez. Temos que criar mercados secundários. Mas o BNDES sozinho não pode entrar nisso sozinho. Temos que ter outros bancos compartilhando", declarou Ferraz, que reafirmou a importância de haver outros agentes no financiamento de longo prazo.
"O mercado financeiro, a indústria financeira, pode contar com a experiência do BNDES. Se somos banco um banco de desenvolvimento somos um banco de desenvolvimento também para a indústria financeira", completou.