A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou ontem uma redução de 8,77% nas tarifas de ligações de telefones fixos para celulares, tanto para chamadas locais quanto de longa distância. No ano passado, a redução foi de 10,78%. A medida vai contribuir no controle da inflação, que já mostra os efeitos da redução na conta de luz. De acordo com o conselheiro substituto que apresentou a proposta de redução, Roberto Martins, o reajuste (negativo) também terá como implicação de segunda ordem a redução da tarifa de interconexão da telefonia celular.
Com isso, Oi, Embratel, CTBC, Telefônica e Sercomtel terão prazo máximo de um mês a partir da publicação da medida no Diário Oficial da União, que deve ocorrer nos próximos dias. A Telemar Norte Leste é a única do segmento que terá regra diferente, uma vez que conseguiu impedir na Justiça o reajuste negativo de 2012. Para os clientes dessa empresa, o desconto será a soma das duas medidas, o que significa que eles contarão com uma queda de 18,6% nas chamadas feitas de telefone fixo para celulares. Em todos os casos, a redução vale tanto para chamadas de longa distância – com outro DDD – quanto para as locais.
Ontem, a agência reguladora também multou a operadora Telemar Norte Leste (filial de Sergipe), que faz parte do Grupo Oi, em R$ 911,82 mil. Segundo a Anatel, a empresa não cumpriu as exigências do Plano Geral de Metas de Universalização (PGMU) na prestação de serviços de telefonia fixa. O valor da multa seria maior, mas o órgão acatou parte de recurso da operadora, o que a livrou de uma das infrações impostas. O Grupo Oi vem sendo multado com frequência pela Anatel desde o dia 15 de fevereiro. Com a punição de ontem, as multas já somam quase R$ 41 milhões.
Na horta
Mas se as tarifas dos serviços públicos estão reduzindo o apetite do dragão, por outro lado, os preços acumulados das hortaliças em janeiro e fevereiro de 2013 registraram aumento de 30,14%, indica o Índice de Preços ao Consumidor -M (IPC-M), medido pela Fundação Getulio Vargas. O produto que ficou com o preço mais salgado foi o tomate. Só nos dois primeiros meses do ano o fruto já subiu 50,21%. A alta é ainda maior quando se considera o acumulado dos últimos 12 meses. Entre março de 2012 e fevereiro de 2013, o tomate ficou 74,82% mais caro. A cenoura subiu (35,79%), a batata-inglesa (35,08%) e a cebola (31,47%).
De acordo com André Braz, economista da FGV e responsável pelo levantamento, o comportamento do preço das hortaliças é normal no primeiro trimestre do ano por causa do rigor do clima (sol e chuva fortes). “É provável que em março os preços subam menos indicando o início do ciclo de baixa no preço do produto. No outono, o clima é mais ameno e a oferta do fruto cresce contribuindo para preços mais baixos”, observa Braz.