O Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, cresceu 0,9%, em 2012 em relação ao ano anterior, totalizando R$ 4,4 trilhões. O dado foi divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse é o pior desempenho da economia desde 2009, quando havia sido registrada uma queda de 0,3%. Em 2011, houve crescimento de 2,7% e, em 2010, de 7,5%.
Avaliando apenas o quarto trimestre de 2012, houve expansão de 0,6% em relação ao trimestre anterior e de 1,4% em relação ao último trimestre de 2011. O PIB per capita alcançou R$ 22.402, mantendo-se praticamente estável - 0,1% -, em termos reais, em relação a 2011.
De acordo com o IBGE, a expansão do PIB resultou do aumento de 0,8% do valor adicionado a preços básicos e do crescimento de 1,6% nos Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios. O aumento dos impostos reflete, principalmente, o crescimento em volume de 2,2% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), decorrente, em grande parte, do desempenho positivo das atividades de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana e serviços de informação.
Por atividade, dados do IBGE revelam que houve queda de 2,3% na agropecuária e de 0,8% na indústria, enquanto os serviços tiveram crescimento de 1,7%. Na indústria, os destaques positivos foram as atividades de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana, com alta de 3,6% e da construção civil, com aumento de 1,4%. Por outro lado a indústria extrativa mineral acumulou queda de 1,1% no ano e a indústria de transformação recuou 2,5% em relação ao ano anterior.
Na análise da demanda, a despesa de consumo das famílias brasileiras cresceu 3,1%, sendo este o nono ano consecutivo de crescimento. A Despesa do Consumo da Administração Pública aumentou 3,2% e a Formação Bruta de Capital Fixo apresentou queda de 4,0%.
No âmbito do setor externo, tanto as exportações quanto as importações de bens e serviços tiveram variações positivas: de 0,5% e 0,2%, respectivamente. E a taxa de investimento no ano de 2012 foi de 18,1% do PIB, inferior à taxa referente ao ano anterior (19,3%).
Decepção
O crescimento brasileiro em 2012 decepcionou. Apesar de todos os estímulos dados pelo governo, os investimentos encolheram e a indústria se afogou em recessão. Os dados do PIB vão frustrar a equipe econômica e, ao mesmo tempo, acenderam um alerta no Palácio do Planalto: Dilma Rousseff pode perder popularidade por não conseguir apresentar taxas de expansão a contento e controlar a inflação. A popularidade da petista está sustentada pelo mercado de trabalho, que, apesar de estar aquecido, dá sinais de arrefecimento.
Na média, as apostas dos participantes do mercado eram de que o PIB de 2012 tivesse ficado em 0,95%. Com esse desempenho e os 2,7% de 2011, a média anual de crescimento nos dois primeiros anos do governo Dilma ficou em 1,82% – o pior para o período desde a gestão de Fernando Collor de Mello, cuja média dos dois primeiros anos de mandato (1990 e 1991) ficou negativa em 1,66%. “Tudo isso coloca em risco o cenário eleitoral para 2014. Inflação alta e crescimento baixo têm um custo político elevado”, disse Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco WestLB Brasil.
Colaborou Victor Martins
Avaliando apenas o quarto trimestre de 2012, houve expansão de 0,6% em relação ao trimestre anterior e de 1,4% em relação ao último trimestre de 2011. O PIB per capita alcançou R$ 22.402, mantendo-se praticamente estável - 0,1% -, em termos reais, em relação a 2011.
De acordo com o IBGE, a expansão do PIB resultou do aumento de 0,8% do valor adicionado a preços básicos e do crescimento de 1,6% nos Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios. O aumento dos impostos reflete, principalmente, o crescimento em volume de 2,2% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), decorrente, em grande parte, do desempenho positivo das atividades de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana e serviços de informação.
Por atividade, dados do IBGE revelam que houve queda de 2,3% na agropecuária e de 0,8% na indústria, enquanto os serviços tiveram crescimento de 1,7%. Na indústria, os destaques positivos foram as atividades de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana, com alta de 3,6% e da construção civil, com aumento de 1,4%. Por outro lado a indústria extrativa mineral acumulou queda de 1,1% no ano e a indústria de transformação recuou 2,5% em relação ao ano anterior.
Na análise da demanda, a despesa de consumo das famílias brasileiras cresceu 3,1%, sendo este o nono ano consecutivo de crescimento. A Despesa do Consumo da Administração Pública aumentou 3,2% e a Formação Bruta de Capital Fixo apresentou queda de 4,0%.
No âmbito do setor externo, tanto as exportações quanto as importações de bens e serviços tiveram variações positivas: de 0,5% e 0,2%, respectivamente. E a taxa de investimento no ano de 2012 foi de 18,1% do PIB, inferior à taxa referente ao ano anterior (19,3%).
Decepção
O crescimento brasileiro em 2012 decepcionou. Apesar de todos os estímulos dados pelo governo, os investimentos encolheram e a indústria se afogou em recessão. Os dados do PIB vão frustrar a equipe econômica e, ao mesmo tempo, acenderam um alerta no Palácio do Planalto: Dilma Rousseff pode perder popularidade por não conseguir apresentar taxas de expansão a contento e controlar a inflação. A popularidade da petista está sustentada pelo mercado de trabalho, que, apesar de estar aquecido, dá sinais de arrefecimento.
Na média, as apostas dos participantes do mercado eram de que o PIB de 2012 tivesse ficado em 0,95%. Com esse desempenho e os 2,7% de 2011, a média anual de crescimento nos dois primeiros anos do governo Dilma ficou em 1,82% – o pior para o período desde a gestão de Fernando Collor de Mello, cuja média dos dois primeiros anos de mandato (1990 e 1991) ficou negativa em 1,66%. “Tudo isso coloca em risco o cenário eleitoral para 2014. Inflação alta e crescimento baixo têm um custo político elevado”, disse Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco WestLB Brasil.
Colaborou Victor Martins