Juiz de Fora – Em mais um esforço para tentar alavancar o crescimento da indústria nacional, o governo federal deve lançar ainda este mês um programa voltado para a inovação. Segundo o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, o projeto "está em fase final de elaboração" e deve ser apresentado pela presidente Dilma Rousseff nos próximos dias. Entre as medidas está a criação de uma linha de crédito com melhores condições de financiamento. Devem ser disponibilizados entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões para os próximos dois anos por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
Sobre o projeto de inovação, Pimentel não quis antecipar o que a presidente deve anunciar e se limitou a dizer que será voltado para crédito e subvenção. Especula-se que o pacote deve contemplar cinco áreas: petróleo e gás; energias renováveis; defesa e aeroespacial; saúde e tecnologia da informação e comunicação. "Vamos colocar mais dinheiro e as garantias vão ser pequenas. Claro que as exigências não podem ser as mesmas de uma fábrica de automóveis", afirmou o ministro, durante o lançamento do programa Rotas para o Futuro, da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), em Juiz de Fora.
Pimentel avaliou que, apesar de a economia mineira ser focada em commodities e no agronegócio, a inovação pode contribuir para o desenvolvimento do estado, principalmente por ter sido criado um mercado consumidor considerável com o crescimento da classe média. A avaliação do presidente da Fiemg, Olavo Machado, é de que o programa de incentivo à inovação é uma tendência que se soma ao Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). "Uma empresa que não cresce e não inova morre. A inovação é a primeira constante da indústria", disse o empresário, que cobrou do ministro a criação de linhas de crédito favoráveis ao capital de giro, principalmente das micro e pequenas empresas. "Não adianta ter máquinas modernas sem ter capital de giro", afirma.
Setor têxtil
Outra novidade anunciada ontem pelo ministro é a possível definição de um regime tributário especial e desonerações para o setor têxtil e de confecções, semelhante ao do mercado automotivo. Durante o evento, uma pauta relacionada ao tema foi apresentada por empresários locais, mostrando a invasão de produtos chineses em Juiz de Fora e região. No ano passado, segundo levantamento da Fiemg, foram importados quase 200 milhões de meias e 120 milhões de cuecas somente da China. Em resposta à cobrança, o político afirmou que está em estudo no governo federal a elaboração de um modelo simplificado de tributações. "A indústria têxtil, neste momento, está sendo alvejada pela importação de produtos asiáticos. Assim, não basta usar a defesa comercial. Um regime tributário especial está em estudo para que retorne a competitividade das confecções e do têxtil brasileiro", prometeu Pimentel, citando que hoje há casos de ternos que entram no país vindos da China por US$ 5.
O jornalista viajou a convite da Fiemg