Os preços dos contratos futuros de petróleo fecharam com perdas nesta quarta-feira em Nova York, puxados por uma forte alta das reservas de petróleo nos Estados Unidos, em um mercado que continuava atento às consequências para a oferta da morte do presidente venezuelano, Hugo Chávez.
Em Londres, o barril de Brent do Mar do Norte com entrega em abril fechou a 111,06 dólares no Intercontinental Exchange (ICE), com uma queda de 55 centavos em relação ao fechamento de terça-feira.
A cotação do petróleo, abriu e queda e caiu ainda mais após a divulgação dos dados das reservas de petróleo do Departamento de Energia (DoE), que foram especialmente negativas para o preço, explicou David Bouckhout, da TD Securities.
As reservas de petróleo estão atualmente em seu máximo desde o verão passado.
Nesta quarta-feira, as autoridades informaram que as reservas de petróleo subiram 3,8 milhões de barris na semana encerrada no dia 1º de março, a 381,4 milhões de barris, ou seja, quase oito vezes mais que a alta de 500.000 de barris projetada pelos especialistas consultados pela agência Dow Jones Newswires.
Estas reservas já tinham aumentado quase 17 milhões de barris durante as seis semanas anteriores, o que é considerado um indício da frágil demanda energética do país.
"Estamos nadando em petróleo", resumiu Stephen Schork, especialista de Schork Report, que acrescentou que "as refinarias tinham desacelerado suas atividades" na semana anterior, se ajustando à demanda.
As de produtos destilados, ao contrário, caíram 3,8 milhões de barris a 120,4 milhões, atingindo uma queda cinco vezes maior que a de 700.000 barris prevista pelos analistas.
Estas reservas, que incluem o óleo diesel e combustível para aquecimento, são acompanhadas de perto durante o inverno nos Estados Unidos.
O mercado continuava em dúvida sobre o impacto da morte de Hugo Chávez, presidente da Venezuela, um dos principais produtores de petróleo na América do Sul, que possui as maiores reservas de petróleo do mundo.
"Sua morte terminará movimentando de forma importante o mercado petrolífero, mas, no momento, há um grau de incerteza" em relação ao futuro político do país, disse Bouckhout.
Segundo ele, os operadores estão à espera da evolução da situação na Venezuela, "antes de se posicionar sobre as consequências de sua morte para a indústria petrolífera".