Enquanto os aumentos nos serviços pressionam a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), os preços monitorados têm ajudado a conter a taxa, apontou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os preços de bens e serviços monitorados registraram deflação de 1,11% em fevereiro, após terem ficado 0,22% mais baratos em janeiro. Em 12 meses, a taxa dos monitorados ficou em 1,54%, bem abaixo do IPCA registrado no período, de 6,31%."Os monitorados vêm contribuindo, e muito, para conter a taxa (do IPCA), ao contrário dos serviços", afirmou Eulina. "Esse resultado (de fevereiro) é basicamente energia elétrica", acrescentou.
Dentro dos bens e serviços monitorados, a energia elétrica ficou 15,17% mais barata em fevereiro, um impacto de -0,48 ponto porcentual no IPCA do mês. Os combustíveis ficaram mais caros, mas não anularam a influência negativa. O aumento de 4,10% na gasolina resultou em uma contribuição positiva de 0,16 ponto porcentual no IPCA, enquanto a alta de 3,72% no óleo diesel significou uma contribuição de apenas 0,0047 ponto porcentual na inflação do mês. "Nada vai anular a queda de energia. Se ela não existisse, a inflação seria maior ainda. As contas de energia mais baratas são fato. O que vier a mais ou a menos é o que veio", destacou Eulina.
Os serviços aceleraram o ritmo de alta na passagem de janeiro para fevereiro, saindo de 0,92% para 1,30%. Em 12 meses, a taxa dos serviços ficou em 8,65%. "Neste mês específico de fevereiro tivemos influência forte de aluguel e da própria educação", citou a coordenadora do IBGE. "E a passagem aérea, por outro lado, está contendo a taxa. A passagem aérea caiu 9,98% em fevereiro, porém, em 12 meses, sobe 18,29%", disse ela. Em fevereiro, as companhias aéreas fizeram promoções de passagens após o carnaval e o começo do ano letivo.