(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Rombo difícil de ser coberto nas contas externas do país

Com aumento de gastos diversos fora do país, dinheiro que entra por investimento direto será insuficiente para equilibrar a conta


postado em 23/03/2013 06:00 / atualizado em 23/03/2013 07:09

Pela primeira vez em 12 anos o rombo nas contas externas não será coberto por Investimento Estrangeiro Direto (IED). Previsões divulgadas ontem pelo Banco Central mostram que esse capital externo direcionado para o setor produtivo deve fechar 2013 em US$ 65 bilhões, valor insuficiente para tapar o buraco deixado por importações, gastos, aluguéis e compra de equipamentos e serviços no exterior. Pelos números da instituição, seriam necessários US$ 2 bilhões a mais para manter o equilíbrio das contas externas. Essa diferença terá de vir de capital especulativo, recursos de investidores estrangeiros aplicados no mercado financeiro e altamente sensíveis a crises e turbulências.

Apenas em fevereiro, o rombo nas contas externas foi de US$ 6,6 bilhões, o maior valor já registrado no mês — comparado a igual período do ano passado, o déficit apresentou crescimento de 283,2%. “A piora no déficit em transações correntes decorreu, em maior parte, pelo saldo comercial deficitário em fevereiro, além do reflexo da mudança contábil em petróleo e combustíveis por conta da Petrobras. Além disso, houve aumento nas remessas de lucros e dividendos e crescimento nas despesas com viagens internacionais”, pontuou Felipe Queiroz, economista da Austin Rating.


No mês passado, ainda segundo dados da autoridade monetária, esse envio de lucros para fora somou US$ 2,1 bilhões, três vezes mais que o registrado em igual mês de 2012. No bimestre, essa saída de recursos chegou a US$ 4,2 bilhões. Segundo o BC, para o ano, a previsão é de que as remessas cheguem a US$ 30 bilhões.


Mesmo com a piora dos números das contas externas e com o déficit ultrapassando os investimentos diretos, Túlio Maciel, chefe do Departamento Econômico do Banco Central, se disse confortável. “Há uma tendência de ampliação dos déficits. Ao mesmo tempo, isso significa transferência de poupança externa para o país”, disse. “Vejo com naturalidade a ampliação do déficit em um cenário de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB)”, observou.


Ainda segundo Maciel, essa piora dos números não deve mudar a visão dos investidores sobre o Brasil. Na avaliação de Gabriela Fernandes, economista do Itaú Unibanco, os dados divulgados surpreenderam para pior. “Os números do primeiro bimestre de 2013 não foram muito positivos, com aumento do déficit em conta-corrente e a redução de investimentos diretos”, frisou.


O Banco Central ainda fez revisões para os números da balança comercial, reduziu o saldo de US$ 17 bilhões para US$ 15 bilhões. Nos cálculos da instituição, o país terá um volume menor de exportações que o previsto inicialmente, em vez de US$ 268 bilhões, serão US$ 264 bilhões. As importações também apresentaram recuo nas projeções: caíram de US$ 251 bilhões para US$ 249 bilhões.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)