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Estado de Minas

Região Leste de BH é um promissor eldorado de negócios


postado em 29/03/2013 06:00 / atualizado em 29/03/2013 08:15

Paulo Henrique Lobato e Zulmira Furbino

Centro comercial na Rua Niquelina é um dos que dão ao Bairro Santa Efigênia o título de campeão em empresas fora da Centro-Sul (foto: (Beto Novaes/EM/D.A Press))
Centro comercial na Rua Niquelina é um dos que dão ao Bairro Santa Efigênia o título de campeão em empresas fora da Centro-Sul (foto: (Beto Novaes/EM/D.A Press))
A parceria entre comércio e serviços é a principal engrenagem da economia de Belo Horizonte. Responsáveis por 70% do Produto Interno Bruto (PIB) da capital mineira, os dois setores garantem – e não é de agora – uma baixa taxa de desemprego na cidade: o indicador fechou fevereiro em 4,2%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao todo, há 173,5 mil empresas no município. A maioria delas (64,37%) está pulverizada em oito regiões periféricas à Região Centro-Sul, área que em sua maioria foi planejada pelo engenheiro Aarão Reis, chefe da equipe que construiu a cidade, inaugurada em 12 de dezembro de 1897, e que concentra os demais 35,63% dos negócios da capital mineira. Embora as áreas ao redor do cordão da Avenida do Contorno não tenham sido projetadas por Aarão Reis para abrigar a maior parte da população, elas, hoje, abrigam. E ajudam a ditar os novos rumos da economia da capital, animada pela entrada da nova classe média no mercado. Em 2012, essa camada da população abrigava 104 milhões de pessoas (52% da população). Em 2022, a participação saltará para 57%. A partir de hoje, o Estado de Minas publica a série Fora do eixo. A primeira reportagem destaca as regiões Leste e Oeste.

 

As mudanças na arquitetura de tradicionais bairros da Região Leste de Belo Horizonte, como a nova Arena Independência e o Boulevard Shopping, confirmam a região como um promissor eldorado de negócios. Sua posição geográfica – próxima ao Hipercentro, com grandes avenidas e cidades vizinhas, principalmente Sabará – atrai tanto pequenos quanto megaempreendedores, que iniciam um processo de verticalização no entorno da Avenida dos Andradas. A prova desse novo cenário está num curioso balanço da Associação Comercial de Minas (ACMinas): o Santa Efigênia lidera o ranking de bairros fora da Avenida do Contorno com o maior número de empresas. São exatas 4.951, atrás apenas do Centro (17.596 organizações) e Savassi (6.325).


O balanço, em breve, mudará muito no Santa Efigênia. É que a boa-nova de lá, o Boulevard Corporate Tower, um arranha-céu comercial com 20,4 mil metros quadrados e 17 andares, será inaugurado até junho, como anexo do Boulevard Shopping. “Serão 3 mil pessoas por dia, entre funcionários e visitantes”, calcula, animado, Carlos Alcântara, da Aliansce Shopping Centers S.A. A empresa controla a futura torre e o shopping homônimos.


O Bairro Santa Efigênia, construído para moradia dos policiais transferidos de Ouro Preto para BH, na mudança da capital, não é o único a sofrer mudanças em seu perfil original na Leste. O Santa Tereza, cuja origem está ligada à colônia agrícola de imigrantes italianos, é conhecido hoje pela boemia e por ser o berço do Clube da Esquina, grupo que reunia músicos como Milton Nascimento, Lô Borges, Tavinho Moura, Beto Guedes.


Uma proposta em estudo pela prefeitura, porém, poderá mudar – dessa vez drasticamente – pelo menos uma parte do perfil do bairro: o megaempreendimento, de custo estimado em R$ 2 bilhões, deve ser erguido às margens da Avenida dos Andradas.


O projeto audacioso tem como destaque um prédio de 90 pavimentos e 350 metros de altura. A proposta, se aprovada, dará vida ao maior arranha-céu da América Latina – o Trump Ocean Club International, no Panamá, atualmente é o mais alto da América Latina (300 metros). O projeto é do escritório de engenharia e arquitetura FarKasVölGyi. A ideia da empresa é oferecer 100 mil metros quadrados de área de vendas. O local ainda teria uma arena multiuso com capacidade para mais de 20 mil pessoas.


O arquiteto Bernardo Farkasvölgyi diz que a escolha da localização foi estratégica e levou em consideração fatores como a completa estrutura urbana da região. “O projeto conta com a PHV Engenharia na viabilização do empreendimento, que já adquiriu 36 mil metros quadrados de terreno para dar início ao complexo. O empreendimento é de uso misto e tem potencial para alavancar o turismo de negócios e arquitetônico em BH”, acredita.

EXPANSÃO

As boas novas que sopram a favor da Leste também chegaram aos antigos comerciantes da área. No Bairro Floresta, onde há 2.335 empresas, o empreendedor Roberto Grochowski, sócio da Lalka, primeira fábrica de doces da capital, planeja ampliar a produção de balas e chocolates, em 2013, em 5%. A fábrica, fundada em 1925 pelo avô paterno dele, Henryk Grochowski, nascido na Polônia, produz duas toneladas e meia de balas e a mesma quantidade de chocolate. Parte das guloseimas é vendida na primeira loja da família, que funciona na Avenida do Contorno.


Atualmente, a marca conta com nove pontos de vendas espalhados por BH, além de vender parte da produção na conceituada confeitaria Colombo, no Rio de Janeiro. “Trabalhamos com o sistema de parceria e estamos estudando expandir a marca para outras praças. Nossa ideia é colocar uma loja em Brasília, outra no Rio de Janeiro e outra em São Paulo”, conta Roberto, que administra o empreendimento ao lado do irmão, Henryk, e do pai, Stanislau.

 

 


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