Se num extremo de BH a Leste tem o bairro (Santa Efigênia) com o maior número de empresas fora da Centro-Sul, no outro, a Oeste é a campeã de empreendimentos quando levadas em conta as oito regiões que não foram planejadas por Aarão Reis. As 20.434 empresas instaladas na Oeste correspondem a 11,77% de todas as organizações (173,5 mil) registradas na cidade. A maior consequência da explosão econômica na região foi a verticalização, a partir da década de 1990, do Buritis, onde a população, segundo o censo de 2010, somou 29.374 moradores. Para ter ideia do que representa esse número, basta compará-lo ao de tradicionais bairros da capital, como Lourdes (18.905), Serra (20.277) e Santo Antônio (21.642).
O aumento da população no Buritis transformou a antiga fábrica da Mendes Júnior numa faculdade. Os arredores do câmpus foram loteados por bares, restaurantes e centros comerciais. Agora, com pouco espaço disponível no bairro, os empreendedores invadem o vizinho Estoril. O destino predileto é a Avenida Mário Werneck, que também corta o Buritis e começa a se transformar numa espécie de “via da balada”.
Uma das boas-novas do Estoril, o Restaurante Boi Werneck, será inaugurado, em 15 de abril, com possibilidade de música ao vivo. O empreendimento é do mesmo grupo que controla o Boi Nobre, o Boi Prudente e a Na Lenha Pizza Grill. Sócio do grupo, Vinícius Ferreria conta que a casa abrirá 30 vagas de emprego diretas e deverá funcionar até as 2h. “É um bairro com boa demanda. E estão construindo um importante prédio em frente.”
O empresário se refere à nova sede da MRV Engenharia, que terá nove andares e será inaugurada em julho de 2014. Em nota, a construtora informou que “decidiu se deslocar para lá, sobretudo, por ser uma região que permite uma série de otimizações em razão da localização, fácil acesso e mobilidade privilegiada.”
O público diário no imóvel deve chegar, segundo a MRV, a 2 mil pessoas. De olho nessa potencial clientela, o empresário Vanderley Costa Fernandes também se apressou em montar um restaurante na Mário Werneck. O Skenta foi inaugurado há duas semanas, com a meta de servir 300 refeições diárias. Depois da inauguração da sede da construtora, essa oferta será reavaliada.
“É uma área muito promissora. Ocupamos 300 metros quadrados e estamos planejando oferecer música ao vivo, à noite, em razão de também estarmos próximo ao Chalezinho”, adiantou Vanderley. O Chalezinho ao qual ele se refere é uma tradicional casa noturna de BH. Inaugurada no fim da década de 1970, na divisa da capital com Nova Lima, ela foi transferida para o Estoril em julho de 2012.
“Quando estávamos à procura de um local para fazer a nova casa, cogitamos alguns bairros. Além da estrutura do Estoril, analisamos o acesso e também um terreno que nos possibilitasse construir o Chalezinho da maneira que gostaríamos. E o Estoril foi o que melhor nos atendeu”, justificou Vinícius Veloso, sócio e diretor de Marketing da casa. (PHL)