As taxas de juros da economia devem permanecer mais baixas no país, independentemente de haver ciclos monetários (aumentos da taxa básica de juros, a Selic) para combater a inflação. A avaliação foi feita pelo presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, em audiência pública hoje, na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.
Segundo Tombini, as taxas de juros estão mais baixas por uma séries de mudanças estruturais na economia, como o aumento do acesso da população a serviços bancários nos últimos dez e a ampliação do mercado de crédito. Ele citou ainda a redução contínua da relação entre dívida do setor pública e o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços do país, e o acúmulo de reservas.
A taxa Selic serve de referência para as demais taxas do mercado. Em março deste ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC manteve a Selic em 7,25% ao ano, patamar fixado em outubro do ano passado. Esse é o nível mais baixo da história do Copom, criado em junho de 1996.
Com a alta da inflação, o mercado financeiro espera aumento da Selic ao longo deste ano. A expectativa é que a taxa encerre 2013 em 8,5% ao ano. Mas o mercado não espera elevação na reunião do Copom deste mês.
De acordo com Tombini, na hora de definir a Selic, serão avaliadas características como a resistência da inflação no curto prazo, “fatores mitigadores da inflação mais à frente” e o nível de disseminação da alta dos preços. Tombini ressaltou ainda que há incertezas no âmbito externo e interno e, por isso, é preciso cautela nas decisões.