A produção industrial registrou queda em fevereiro ante janeiro em 11 dos 14 locais investigados na Pesquisa Industrial Mensal, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda mais acentuada ocorreu em Minas Gerais (-11,1%), após expansão de 1,5% no mês anterior. Já a indústria nacional caiu 2,5%.
"O mês de fevereiro foi marcado por um menor ritmo da produção industrial no País. O comportamento regional ficou bem caracterizado, na medida em que 11 das 14 localidades tiveram queda. Esse movimento claro de predominância de resultados negativos não ocorria desde setembro do ano passado (quando a indústria tinha recuado 0,7%)", ressaltou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.
A última vez em que houve um número maior de regiões com queda na produção foi em dezembro de 2008, quando 12 dos 14 locais investigados registraram resultados negativos. "Isso bate com o resultado nacional, porque essa queda de 2,5% (na produção da indústria brasileira em fevereiro) foi a mais intensa desde dezembro de 2008. A indústria como um todo tinha recuado 12,2% naquele mês", lembrou Macedo.
Em Minas houve influência de perdas registradas em atividades que também impactaram o total da indústria nacional. Segundo o gerente do IBGE, houve redução na fabricação de automóveis, devido a paralisações por alguns dias e férias coletivas; a indústria extrativa registrou menor produção de minério de ferro causada pela desaceleração do mercado interno e pela redução nas exportações; enquanto a metalurgia básica também aparece com comportamento de queda.
A indústria extrativa tem um peso de 15% sobre o total da indústria mineira, enquanto veículos automotores respondem por 17%, e a metalurgia básica corresponde a outros 16%. "Então apenas nesses três setores temos quase 50% da indústria mineira, todos claramente com comportamento negativo", disse Macedo.
Como resultado, a retração na produção industrial de Minas Gerais em fevereiro foi a mais intensa desde dezembro de 2008, quando havia recuado 16,4%.
O parque industrial mineiro disputa com o Rio de Janeiro o segundo lugar no ranking de maiores pesos sobre o total da indústria nacional. Em fevereiro, Minas pesava cerca de 10%, enquanto o Rio ficou com aproximadamente 9,5%. O principal parque industrial do País é São Paulo, com uma fatia de 40% da produção nacional.
12 meses
Em relação a fevereiro de 2012, a produção industrial nacional recuou 3,2% em fevereiro de 2013, com 10 dos 14 locais pesquisados apontando queda na produção. As taxas negativas mais intensas foram observadas no Espírito Santo (-13,4%), Minas Gerais (-9,8%) e Pará (-7,2%). No Espírito Santo, a indústria foi prejudicada pelo comportamento negativo dos setores de metalurgia básica (lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono) e alimentos e bebidas (produtos embutidos de carnes de suínos e bombons).
Em Minas, puxaram a queda as atividades de veículos automotores (automóveis), metalurgia básica e indústrias extrativas (minérios de ferro). No Pará, houve influência negativa das indústrias extrativas (minérios de ferro e minérios de alumínio) e celulose, papel e produtos de papel (celulose).
Outros resultados negativos foram verificados em Pernambuco (-6,0%), Paraná (-5,5%), Região Nordeste (-4,1%), Santa Catarina (-3,3%), Amazonas (-3,2%), Bahia (-2,2%) e São Paulo (-0,8%). Na direção contrária, tiveram expansão na produção, em fevereiro ante fevereiro de 2012, Goiás (9,1%), Rio de Janeiro (3,6%), Rio Grande do Sul (2,0%) e Ceará (0,9%).