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Estado de Minas

Supermercados têm duas mil vagas abertas

Rede seleciona 1 mil em dois dias em BH. Ampliações e novas lojas podem fazer contratações chegarem a 8 mil em 2013


postado em 07/04/2013 06:00 / atualizado em 07/04/2013 10:21

Marta Vieira

Oferta de vagas levou centenas de pessoas ao centro de recrutamento improvisado pelo Super Nosso no centro de BH ontem (foto: (Edésio Ferreira/EM/D.A Press))
Oferta de vagas levou centenas de pessoas ao centro de recrutamento improvisado pelo Super Nosso no centro de BH ontem (foto: (Edésio Ferreira/EM/D.A Press))

Com a perspectiva de contratar 8 mil tabalhadores neste ano apenas para suprir novas lojas ou unidades que passarão por reforma, os supermercados de Minas Gerais usam estratégias mais agressivas e vão atrás dos candidatos, em lugar de esperá-los nos departamentos de recursos humanos. A rede Super Nosso recebe até as 16h de hoje os interessados num recrutamento amplo para o preenchimento de 1 mil vagas, usando as salas do prédio histórico da Escola Estadual Olegário Maciel, no Centro de Belo Horizonte, como uma espécie de centro de seleção imediata de pessoal, do cadastro aos testes pré-admissionais.

Na Zona da Mata mineira, o hipermercado Bahamas, o maior do interior de Minas e o quarto no ranking estadual, inclui anúncios de emprego nos panfletos de ofertas de produtos e descentralizou a equipe de funcionários do RH. A empresa tem 400 vagas abertas, das quais 150 destinadas a três lojas previstas no programa de expansão em Uberlândia, no Triângulo. Há mais de dois meses o Bahamas tenta, sem sucesso, montar o quadro determinado por lei de empregados portadores de deficiência, informa o gerente de marketing, Nelson Júnior.

Outra rede que estuda mudanças na política de pessoal, agora inspirada na remuneração variável adotada em segmentos da indústria, é a Coelho Diniz, de Governador Valadares, no Leste de Minas, que está oferecendo 600 oportunidades distribuídas, meio a meio, entre novas lojas de Ipatinga e Coronel Fabriciano, no Vale do Aço. As dificuldades provocadas pela escassez de mão de obra, num momento de baixo nível de desemprego, se juntaram à disputa de pessoal com outras áreas, a exemplo do telemarketing e da construção civil, observa o sócio-proprietário do hipermercado, Hercílio Filho.

Levantamento feito pelo Estado de Minas mostra 2.050 vagas abertas em cinco grandes redes no estado: além do Super Nosso, Carrefour, Extra, Bahamas e Coelho Diniz (veja o quadro). A partir da seleção iniciada ontem em BH, o Super Nosso já quer convocar na semana que vem os trabalhadores selecionados, segundo o diretor de Operações Logísticas, Edmilson Pereira. “Neste ano, programamos a abertura de três lojas na Grande BH, sendo a primeira em Sabará, no fim de maio. Os novos contratados vão permitir também a política de promoções internas”, afirma.

Nas primeiras sete horas do atendimento de ontem, que renderam fila às portas da escola Olegário Maciel, 800 pessoas se candidataram às vagas em 17 áreas, incluindo padaria, açougue, caixa, reposição de mercadorias e embalagem. Os salários variam de R$ 700 a R$ 1.220. A rede tem 24 lojas na região metropolitana da capital mineira e dois centros de distribuição, empregando 5 mil pessoas.

Em busca do primeiro emprego com carteira assinada, Mariana Ferreira Almeida, de 19 anos, saiu de Betim e às 8h já aguardava o cadastramento para disputar vagas de operadora de caixa ou repositora de mercadorias. Em experiências informais ela desempenhou funções como atendente de um depósito de material de construção, vendedora e operadora de telemarketing. “Agora, quero um emprego formal para pagar as despesas com a faculdade”, afirmou.

Maelson Flávio, de 37, concluiu no ano passado o curso superior de administração e quer trocar o emprego de vendedor para encarregado de loja. “Tenho experiência e muita dedicação a oferecer e procuro empresas que tenham programas de carreira para incentivar o crescimento profissional de seus funcionários”, afirmou. De acordo com o superintendente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Adilson Rodrigues, as contratações de 2013 poderão até superar a estimativa de 8 mil vagas para atender os planos das empresas de abrir 45 lojas e reformar outras 38 unidades, com orçamento global de R$ 300 milhões.

OPORTUNIDADES

SUPER NOSSO
» Vagas: 1 mil para diversas funções, como padeiro, açougueiro, encarregados de loja, sommelier, sushiman, garçom, pizzaiolo, atendente de caixa, repositor de mercadorias, entre outras
» Como se inscrever: Comparecer hoje, das 9h às 16h, à Escola Estadual Olegário Maciel, na Avenida Olegário Maciel, 442, no Centro de Belo Horizonte, com carteira de identidade e CPF

EXTRA HIPERMERCADOS
» Vagas: Para candidatos com e sem experiência nas unidades da rede nos bairros Belvedere e Santa Efigênia, em BH. A empresa procura operadores de caixa, repositores e atendentes de balcão, exigindo ensino fundamental completo, disponibilidade de horário e idade superior a 18 anos
» Como se inscrever: Comparecer amanhã, com documento de identidade, CPF e carteira de trabalho, às 8h ou às 13h, no
Extra Santa Efigênia, na Avenida Francisco Sales, 898; e no
dia 12, às 8h ou às 13h, na loja Extra Belvedere, na
Rua Maria Luiza Santiago, 10.

CARREFOUR
» Vagas:50 em Belo Horizonte para vários departamentos
» Como se inscrever: Comparecer à loja Carrefour Bairro na Rua Dom José Pereira Lara, 33, no Bairro Coração Eucarístico

BAHAMAS
» Vagas: 400 para vários departamentos das lojas em
Juiz de Fora, São João del-Rei, Barbacena, Ubá, Viçosa, Ponte Nova, Cataguases, Além
Paraíba e Uberlândia
» Como se inscrever: Comparecer
às lojas ou enviar currículo
pelos e-mails rh@contratacaobahamas.com.br ou marketing@bahamas.com.br

COELHO DINIZ
» Vagas: 300 em Ipatinga e 300 em Coronel Fabriciano, para diversas áreas, como padaria, açougue, hortifrútis e caixa.
» Como se inscrever: enviar
currículo pelo e-mail rh@coelhodiniz.com.br

 

Exigências são menores

A ordem de flexibilizar exigências quanto à experiência na função e à escolaridade na hora das contratações tem sido seguida pelos supermercados com o reforço de programas próprios de treinamento de pessoal. “Espremidas pela necessidade, as redes tiveram de investir na formação de mão de obra, embora as dificuldades para contratar estejam menores”, afirma o superintendente da Amis, Adilson Rodrigues.

Hercílio Filho, sócio do hipermercado Coelho Diniz, diz que as empresas enfrentam outro desafio para atrair mão de obra: as jornadas de trabalho impostas pelo horário extenso de funcionamento das lojas. “Precisamos estudar formas de valorização dos profissionais”, afirma.

Apesar da flexibilização nas admissões, a técnica em segurança do trabalho Patrícia Alves de Souza Lourenço, de 30, percebe dificuldades para quem mora mais longe dos locais onde as vagas são abertas. Moradora de Ribeirão das Neves, na Grande BH, ela se candidatou ontem à vaga de operadora de caixa. “Tenho experiência na função, mas percebi que morar longe do trabalho pode dificultar”, afirma. (MV)

 

Mais pleno emprego?

Os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a taxa de desemprego de fevereiro indicaram o que alguns economistas chamaram de acomodação no mercado de trabalho. A alta do indicador de 5,4% em janeiro para 5,6% em fevereiro foi atribuída às demissões de parte dos trabalhadores que cumpriram contratos temporários para reforçar o atendimento do comércio no fim de ano. Na avaliação de Felipe Queiroz, analista da empresa classificadora de risco Austin Rating, o desemprego deverá subir até abril para depois se estabilizar até junho e, então, iniciar novo ciclo de queda. O IBGE pesquisa o comportamento da taxa nas regiões metropolitanas de BH, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Recife e Salvador. Na Grande BH, o desemprego ficou estável, em 4,2% no período analisado.

 


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