Apesar do aumento do nível dos reservatórios das hidrelétricas registrado nos últimos dias, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) só deverá analisar na próxima reunião, em maio, a possibilidade de desligamento das usinas termelétricas, acionadas desde o ano passado para dar segurança ao sistema energético do país. Havia a expectativa de que o assunto fosse debatido no encontro do grupo que aconteceu na última quarta-feira (3).
O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, disse que o CMSE deve esperar até o fim de abril para avaliar as condições dos reservatórios das hidrelétricas e decidir sobre a possibilidade do desligamento das termelétricas. Ele destacou que o período de chuvas tem melhorado e o nível dos reservatórios está subindo, mas disse que o governo irá priorizar a segurança do sistema.
“Estamos trabalhando para ter bastante segurança. Em princípio, queremos chegar a um nível de segurança que, mesmo se chegar à pior série histórica, no ano que vem esteja garantido [o suprimento energético]”, explicou Tolmasquim.
Os reservatórios das hidrelétricas do Subsistema Sudeste/Centro-Oeste passaram de 49,9% de sua capacidade máxima, há duas semanas, para 55,3% na última quinta-feira (4), de acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). No Sul, o nível dos reservatórios passou de 53,1% para 61,8% e, no Norte, subiu de 89% para 93,9%. No Nordeste, o nível passou de 42% para 43%. Mesmo assim, os percentuais são considerados baixos para esta época do ano, já que estamos no final do período chuvoso e, nesta época, os reservatórios costumam chegar a níveis mais elevados.
Por causa do baixo nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas registrado nos últimos meses, o governo teve de acionar as usinas termelétricas movidas a gás natural, óleo diesel, carvão ou biomassa, que produzem energia mais cara e são mais poluentes. Atualmente, cerca de 15 mil megawatts de energia térmica estão acionados.
O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico reúne representantes de órgãos como o Ministério de Minas e Energia, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). As reuniões são mensais, mas podem ser convocadas reuniões extraordinárias conforme a necessidade de avaliação do setor.