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Estado de Minas

Crise de 'ricos' vira oportunidade às empresas de Brics


postado em 08/04/2013 07:43 / atualizado em 08/04/2013 07:54

Genebra, 08 - A crise nos países ricos tornou-se uma grande oportunidades para as empresas dos Brics. Apenas entre 2010 e 2012, companhias do Brasil, Rússia, Índia e China investiram mais de US$ 100 bilhões na compra de grupos da Europa, dos Estados Unidos e até do Japão, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Os números da ONU revelam que, ainda que o discurso do bloco de países emergentes seja o de investir no continente africano e promover a cooperação sul-sul, é para a Europa que vai a maior parte dos investimentos de suas empresas.

No total, os estoques de investimentos dos Brics - bloco que também inclui a África do Sul - pelo mundo atingiram em 2012 a marca recorde de US$ 1,1 trilhão. Se no ano 2000 os países do bloco investiam anualmente US$ 7 bilhões, em 2012 esse volume chegou a US$ 120 bilhões. Em dez anos, os Brics passaram de representar 1% do fluxo de investimentos para mais de 9% no mundo. Do total de estoques de investimentos, porém, apenas US$ 29 bilhões foram investidos nos próprios países do bloco emergente.

O mercado americano conta com um volume maior de investimentos dos Brics - cerca de US$ 31 bilhões - que os próprios sócios do grupo. Já na Europa os investimentos chegam a US$ 385 bilhões, 34% do total. No geral, os países ricos contam com estoques de investimentos dos Brics de US$ 470 bilhões. Mas o que mais chama a atenção dos especialistas da ONU é o padrão da entrada dessas empresas nos países ricos.


Entre 2010 e 2012, enquanto as economias desenvolvidas viveram estagnações e recessões, o fluxo de investimentos dos Brics a suas economias chegou a US$ 105 bilhões em aquisições. A China liderou o movimento, com 54% do total. Especialistas apontam que Pequim considera a Europa "mais aberta" que os EUA para investir.

Segundo um informe da Câmara de Comércio da UE na China, estatais chinesas estariam até mesmo planejando ampliar essa participação nos próximos anos e aproveitar justamente as privatizações que ocorrerão no Velho Continente por conta da redução dos gastos públicos que governos terão de implementar. Em 2012, a China investiu 3,3 bilhões de euros na empresa de energia em Portugal, que estava sendo privatizada.

Hoje, o país que mais atrai empresas chinesas é a Alemanha, seguida pela França, Itália e Holanda. No Reino Unido, os chineses já compraram a fábrica dos tradicionais táxis de Londres, a Manganese Bronze. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. (


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