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Estado de Minas

Crise e recessão provocam queda de volume de negócios da indústria portuguesa


postado em 08/04/2013 18:03 / atualizado em 08/04/2013 18:46

O volume de negócios na indústria portuguesa caiu 7,1% no mês de fevereiro em relação ao mesmo período do ano anterior. Na comparação com janeiro deste ano, a queda foi 2,2%. De acordo com o Instituto Nacional de Estatísticas (INE), o emprego na indústria diminuiu 4,1%; as horas trabalhadas sofreram redução de 5,5% e os salários tiveram variação negativa de 0,3%.

Os dados do INE mostram os efeitos da recessão da economia lusitana e da crise externa pela qual passa a Europa, em especial os países do Sul do continente. Com a economia do principal comercial em crise, a Espanha, os negócios da indústria portuguesa com o exterior diminuíram mais de 5% em fevereiro na comparação anual.

A falta de investimentos públicos e privados e a redução do consumo das famílias afetaram ainda mais as encomendas da indústria. O volume de negócio do setor dentro do mercado interno caiu 8,6% em fevereiro de 2012 na comparação com o ano anterior. O dado engloba a queda de mais de 7% dos negócios com bens de consumo e de quase 20% para bens de capital (venda de de máquinas, por exemplo).


O governo de Portugal está revendo para baixo os gastos públicos previstos no Orçamento do Estado 2013, e deverá enxugar em cerca de 1,3 bilhão de euros (mais de R$ 3,5 bilhões) a previsão orçamentária, após o Tribunal Constitucional suspender na última semana quatro medidas de contenção de despesa.

Antes da necessidade do corte, o Banco de Portugal (Banco Central) previa que o consumo do Estado cairia em 2,4% este ano e o consumo privado (famílias e empresas) baixaria em 3,8%, repetindo de forma mais amena a recessão de 2012. No ano passado a economia portuguesa contraiu 3,2%.

Acumulando resultados negativos e perspectivas negativas, o governo portugês tentará alongar prazos e diluir valores de pagamento do montante principal da dívida com os credores externos. De acordo com a Agência Lusa, o assunto estará em pauta na reunião do Eurogrupo (formado pelos ministros da economia e finanças dos 13 países onde circula o euro). A reunião está marcada para a próxima sexta-feira (12) e sábado (13), na Irlanda.

Apesar da agenda, nenhuma decisão será tomada lá. Conforme a Lusa, os credores da Troika (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia) retornarão “em breve” a Portugal por causa da decisão do Tribunal Constitucional. O país aguarda para maio a liberação de 2 bilhões de euros (cerca de R$ 5,4 bilhões) de empréstimo da Troika.


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