O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quarta-feira que o primeiro trimestre de 2013 deve encerrar com um crescimento razoável e maior que o do quarto trimestre de 2012. "Está havendo um crescimento gradual que já começou no semestre passado e está continuando em 2013", afirmou, ao deixar o Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC), onde aconteceu uma reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI).
Mantega afirmou também que o Poder Executivo está atento à inflação porque ela é prejudicial à economia, trabalhadores e empresas. "A boa notícia é que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de março veio menor que o de fevereiro e janeiro", afirmou. "Estamos com trajetória de redução da inflação", acrescentou, ressaltando que o núcleo da inflação de março mostra que há grandes desacelerações.
Segundo o ministro, os alimentos impediram que o IPCA de março fosse ainda menor. "Alimentos foram os maiores vilões." Mantega disse que o Executivo adotará medidas para que a inflação não se espalhe. "O governo não poupará medidas para conter a inflação e impedir que ela se propague", disse. O ministro não esclareceu quais serão as medidas que serão anunciadas aos setores sucroalcooleiro e químico. Conforme Mantega, devem sair em breve. O ministro declarou também que a pressão da inflação de serviços foi reduzida em março. Questionado sobre a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na próxima semana, Mantega explicou que não fala de juros e que está é uma responsabilidade do Banco Central (BC).
Mantega disse que o crescimento da indústria em fevereiro foi menor em razão do menor número de dias úteis, mas que, em março, a indústria crescerá. "Estamos caminhando em direção a um crescimento maior em 2013 do que em 2012", disse. Para isso, ele afirmou que o governo continuará a dar competitividade à economia brasileira. "Precisamos de um custo financeiro reduzido e também de diminuição de tributos", acrescentou, ao ressaltar que, neste ano, as desonerações tributárias serão da ordem de R$ 70 bilhões, o equivalente a 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
Em 2014, as desonerações devem chegar a R$ 88 bilhões. "O cenário é favorável para o Brasil", ressaltou, ao citar que o governo continuará com medidas como a desoneração do investimento e da folha. De acordo com Mantega, a administração federal também espera aprovar as reformas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e do Programa de Integração Social (PIS)/Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). O ministro da Fazenda declarou ainda que o cenário internacional ainda permanece com dificuldades, mas menos do que em 2012.