A alta da inflação na passagem de março para abril, segundo a primeira prévia do Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M) deste mês, que passou de 0,15% para 0,42%, pode ser passageira. A avaliação é do economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) Salomão Quadros. "Pode ser prematuro dizer que esse número irá prevalecer até o fim do mês", comentou nesta quinta-feira, em referência ao indicador que reajusta, principalmente, contratos de aluguel.
A avaliação dele é que, nessa prévia, prevaleceu na alta do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), de 0,38%, a pressão exercida pelo tomate, cuja inflação passou de -2,43% para 40,25%, e também do óleo diesel , que subiu 5%, ainda resquício do reajuste da Petrobras no início de março. "São aumentos de preços fortes, que podem não se sustentar."
Também a inflação para o consumidor final tende a suavizar ao longo do mês. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) avançou 0,43%, o que já representa uma desaceleração em comparação à primeira prévia de março (0,53%). "O que ainda não apareceu, mas pode aparecer, é uma atenuação da alimentação ainda neste mês, porque as matérias-primas estão caindo", ressaltou o economista.
Em contrapartida, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) deve manter a trajetória de aceleração ao longo deste mês, por causa do reajuste da mão de obra, destacou Quadros. Na primeira prévia do IGP-M, o indicador variou de 0,27% para 0,67%.