Com a proposta de melhorar as condições de trabalho nos frigoríficos, a Norma Regulamentadora 36 é a expectativa para redução de doenças e acidentes de trabalho para mais de 500 mil trabalhadores de todo o país. Na última segunda, a Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA Afins) cobrou do ministro do Trabalho, Manoel Dias, a publicação do documento durante reunião realizada na Delegaria Regional do Trabalho de Florianópolis (SC). A validação da Norma dos Frigoríficos poderá ocorrer a partir desta quinta-feira, com a assinatura do ministro, que convocou a entidade para participar do momento que será marcante para os trabalhadores do setor.
Na semana passada, a CNTA Afins encaminhou ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) ofício que pede urgência na publicação do texto. A categoria vai lançar pesquisa sobre o Perfil do Trabalhador da Alimentação esse mês, durante Assembleia Geral, em Brasília.
Segundo o diretor da CNTA Afins, Miguel Padilha, a maior preocupação dos trabalhadores é o cumprimento de novas regras de saúde e de segurança, como a reformulação estrutural e a concessão de pausas durante o trabalho. “Hoje cobramos que essa publicação seja feita de uma vez por todas. O encontro mostrou que o ministro está realmente comprometido com a classe trabalhadora e, claro, com a relação capital e trabalho. Essa NR foi negociada entre governo, empresas e trabalhadores, e essa iniciativa mostra que o MTE se colocou como um tripé, mostrando que o ministro entrou para tomar decisões e tocar o barco para frente”, diz.
Miguel Padilha, que é Secretário da CNTA Afins para a região Sul e presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Carnes e Derivados, Indústrias da Alimentação e Afins do Estado de Santa Catarina (FETIAESC), afirma que as mudanças irão beneficiar, principalmente, trabalhadores de grandes empresas do sul do país, já que a região concentra marcas como Marfrig, Sadia, Minuano, Doux Frangosul, Brasil Foods, entre outras.
"No nosso entendimento esse é um grande avanço para diminuir as doenças ocupacionais e, com isso, o gasto do governo federal irá reduzir a partir da diminuição de pessoas afastadas e dependentes da previdência social. A conquista de um trabalho com saúde significa gerar lucro e com isso todo mundo ganha.", avalia.
O encontro também teve como pauta a discussão de interesses nacionais e regionais dos trabalhadores da categoria da Alimentação, como a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, o fim do fator previdenciário, a fiscalização e a atuação do MTE e regulamentação de contribuições sindicais, dentre outras reivindicações. Participaram ainda da reunião, os diretores da FTIAESC, Ludovino Soccol, Vilmar Antônio de Faveri e Reni Carlos Thomazoni.