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Estado de Minas

Banco Central eleva juros para 7,5%


postado em 18/04/2013 07:19 / atualizado em 18/04/2013 07:28

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou ontem a taxa de juros básicos da economia (Selic) no Brasil em 0,25 ponto percentual (p.p.). Com isso, a Selic sai de 7,25% ao ano para 7,5%. A justificativa para o aumento da taxa está na corrida de preços. Nos últimos 12 meses, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação no país, somou 6,59%, ultrapassando em 0,09 ponto percentual a meta de 6,5% do governo para o ano. A decisão era esperada por parte dos agentes econômicos. Essa é a primeira elevação da Selic desde julho de 2011, quando a taxa subiu de 12,25% para 12,50% ao ano.

A decisão do Copom é fruto de um embate entre a necessidade de combater a alta de preços e a de manter a economia girando. Na interpretação do mercado, a elevação era necessária, mas poderia não começar agora. Para Miguel Daoud, sócio-diretor da Global Financial Advisor, a decisão fragilizou o Banco Central. “Um aumento de 0,25 p.p. não vai dar conta da inflação. O BC cumpriu a determinação da presidente Dilma Rousseff de aumentar um pouquinho a taxa para conter as expectativas. Mas o feijão vai seguir com uma tendência forte de alta e vai contaminar outros alimentos.”

Com a alta da Selic, pegar um empréstimo ou financiamento vai ficar um pouco mais pesado, mas não o suficiente, segundo analistas, para segurar o crédito no país. A avaliação é de que parte dessa alta já havia entrado na fatura de quem fez operações novas a partir de janeiro. Desde o início do ano, os bancos esperavam um aperto monetário e se anteciparam ao movimento com elevações de juros para os clientes, conforme evidencia a nota de crédito do Banco Central.

Segundo simulações da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac), o efeito dessa elevação da Selic pode ser mais bem percebido em operações com valores elevados. No caso da aquisição de um veículo novo por meio de um CDC, por exemplo, o custo final pode subir em quase R$ 200. “O efeito é muito pequeno nas operações de crédito. Isso ocorre uma vez que há um deslocamento muito grande entre a taxa Selic e os juros cobrados dos consumidores, que, na média, chegam a 101,68% ao ano – diferença de mais de 1.200% com a taxa básica”, explicou Miguel Oliveira, diretor executivo da Anefac.

Ainda na avaliação de Oliveira, apesar de a taxa definida pelo Copom ter uma forte correlação com os juros cobrados do consumidor, as condições de crédito podem não se alterar no país. “Por conta da maior competição no sistema financeiro, após os bancos públicos reduzirem fortemente suas taxas de juros, bem como a expectativa de redução dos índices de inadimplência, é possível que alguns bancos mantenham suas taxas”.

Investimentos Apesar da elevação da Selic, praticamente nenhuma aplicação consegue superar a poupança. Com a alta, a nova poupança passa a render mais: 5,25% ao ano (antes estava em 5,08%). Pela nova regra, adotada ano passado, o rendimento da poupança varia conforme a Selic. Entre os fundos de renda fixa, os únicos a valer a penas são os que cobram taxa de administração inferior a 0,50% ao ano – esse percentual, porém, só é oferecido a investidores qualificados, que detém quantias elevadas.

Para os que acreditam na continuidade do aperto monetário até o fim do ano, títulos do Tesouro Nacional indexados à Selic podem ser interessantes. Especialistas alertam que o brasileiro precisa se adequar ao novo cenário de juros. Mesmo com a alta de ontem, a tendência de longo prazo é de redução da Selic.

Enquanto isso...
...Agência reduz alta do PIB


A agência de classificação de risco Standard & Poor’s reduziu ontem a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. A estimativa, que era de expansão entre 2,75% e 3,75% em 2013, passou para alta entre 2% e 3%, devido ao ritmo mais "lento" do que o previsto para a recuperação econômica do país nos últimos meses. Segundo a S&P, o PIB deverá se movimentar neste ano de 3,25% para 2,5% e, em 2014, de 4% para 3,25% em 2014.

Repercussão

“O certo é que o processo de estagnação econômica tem se mostrado persistente e qualquer esforço que desestimule o crescimento econômico, como o aumento da Selic, será muito danoso não só para a indústria, mas para a sociedade como um todo.”

Olavo Machado, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg)

“Muito impulsionado pelo crédito, o comércio sentirá o aumento e poderá diminuir seu ritmo de crescimento. Caso o governo retorne com a escalada dos juros, a nossa expectativa de avanço para o setor em Belo Horizonte para o ano de 2013, que é de 7,5%, poderá ser revista.”

Bruno Falci, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-BH)

"A CNI avalia que uma política econômica baseada em aumento dos gastos públicos e alta dos juros tem pouco impacto nas pressões inflacionárias."

Confederação Nacional da Indústria (CNI), em nota


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