O ministro da Fazenda brasileiro, Guido Mantega, criticou nesta sexta-feira os Estados Unidos e a Europa por manter em ponto morto a reforma do Fundo Monetário Internacional (FMI) exigida pelos países em desenvolvimento. "A reforma do FMI pode estar em seu ponto mais baixo. Datas limite não foram cumpridas e atrasos voltaram à rotina", disse o ministro em um comunicado, representando um grupo de onze países.
A reforma, que inclui uma revisão do capital e do sistema de cotas de distribuição do poder do FMI, está paralisada desde 2011, lamentou. Essa reforma está parada, em parte, pela falta de aprovação do Congresso norte-americano, que continua bloqueando sua ratificação.
A próxima revisão das cotas, que deveria ser encerrada em janeiro, também foi adiada "devido à resistência por parte de países europeus super-representados", disse Mantega. "Em outras palavras, os Estados Unidos não podem e a Europa não quer concretizar as reformas acordadas. Os maiores acionistas estão arriscando, talvez sem se dar conta, a legitimidade e a credibilidade do FMI", afirmou.
O atraso nas reformas impede que grandes países emergentes como Brasil, China, Rússia e Índia tenham um maior poder de decisão no FMI.