A presidente da Petrobras, Graça Foster, considerou que os reajustes acumulados de 21,9% no preço do diesel e de 14,9% no da gasolina, nos últimos dez meses, não foram pouco. A executiva admitiu anda que as altas nos preços dos combustíveis pressionam a inflação e podem impactar na demanda. "Não podemos considerar (a possibilidade de) a inflação destruir o poder de consumo de vocês. Precisamos do poder de consumo de vocês", disse Graça Foster, em palestra na Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo, neste sábado (20).
Ao ser questionada, sobre a interferência do governo, maior acionista da companhia, nos preços dos combustíveis como forma de controle da alta da inflação, a presidente da Petrobras lembrou de debates sobre as altas nos preços do combustível no conselho de administração da companhia, citou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, presidente do órgão, e arrematou: "Não considero que o governo faça qualquer mal a Petrobras".
Graça voltou a afirmar que a refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, saiu da carteira de desinvestimento da Petrobras, que a planta será "revitalizada do ponto de vista comercial" e que "não faremos investimentos na produção" na unidade.
Ao sair do evento, a executiva não quis detalhar quais os planos operacionais para a refinaria. Ainda sobre Pasadena, a presidente da Petrobras admitiu que o negócio, feito entre 2005 e 2006, hoje não seria um bom ativo se os padrões do acordo fossem iguais. "Compramos Pasadena, antes da grande crise, quando a margem de refino chegou a bater US$ 25 dólares o barril e hoje não é mais que US$ 8 e US$ 9. Naquele momento foi um bom negócio e hoje, quando olhamos para trás, dizemos que não, porque tivemos a grande quebra na economia mundial em 2008".
Como tem feito eventualmente quando indagada sobre etanol, a presidente da Petrobras elogiou o combustível de cana de açúcar e lembrou que as novas refinarias da estatal terão a capacidade de produção voltada para o diesel em detrimento da gasolina. "Por isso eu gosto muito mais de etanol, do que de gasolina", disse Graça.
Ela avaliou ainda que o retorno da mistura de etanol anidro à gasolina de 20% para 25%, em 1º de maio, marcará a revitalização do setor, do qual a estatal participa com a Petrobras Biocombustível. "Temos certeza que a volta do etanol será gloriosa e que os usineiros ficarão felizes com a volta aos 25%. O etanol tem tudo a ver com o Brasil", concluiu.