Em uma operação envolvendo ações avaliadas em cerca de R$ 5 bilhões, o grupo Kroton Educacional, nascido em Minas há 45 anos com a rede Pitágoras, incorporou a Anhanguera Educacional. A fusão cria um gigante da educação superior, com valor de mercado estimado em R$ 12 bilhões. As duas redes somarão 1 milhão de alunos, cerca de 20% do total de estudantes matriculados na rede privada brasileira, que conta com 5 milhões de estudantes no ensino superior. A operação aguarda aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Enquanto isso, as duas instituições seguirão de maneira independente. Juntas, elas são a maior a companhia do mundo no setor de educação em valor de mercado.
Em Minas o grupo Kroton atua na capital e no interior. No ensino superior são oferecidos cursos de graduação e pós-graduação nos formatos presencial e a distância. Já a Anhanguera está presente apenas em Belo Horizonte, com três unidades. As duas companhias empregam mais de 32 mil profissionais. Carlos Lazar, diretor de Relações com Investidores do Grupo Kroton, diz que a associação vai aumentar sua capilaridade. Segundo o executivo, o crescimento do número de alunos do Kroton ficou perto de 20% em 2012, e este ano deve superar esse percentual. “Temos previstos investimentos para Belo Horizonte e interior de Minas”, diz Lazar.
A modificação da estrutura de renda da população e ampliação do mercado de trabalho provocaram forte expansão da educação privada. “As fusões fazem as empresas ganharem velocidade para crescer também fora dos grandes centros. O mercado brasileiro enfrentou anos de carência de investimentos e tem espaço para novos players”, avalia Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.