O diretor de Gás e Energia da Petrobras, José Alcides Santoro, afirmou que o gás para abastecer os novos projetos de térmicas virão necessariamente dos terminais de regaseificação de gás natural liquefeito (GNL). "O gás firme de origem nacional e o de origem boliviana já estão totalmente contratados", disse o executivo, que participou nesta terça-feira, 23, de cerimônia de inauguração da nova sede da Gas Brasiliano.
Hoje, o Brasil conta com uma capacidade de regaseificação de 27 milhões de metros cúbicos por dia, sendo 20 milhões de metros cúbicos por dia do terminal no Estado do Rio de Janeiro e outros 7 milhões de metros cúbicos por dia do terminal no Ceará. "Em setembro deste ano, vamos inaugurar um terminal na Bahia com 14 milhões de metros cúbicos por dia", afirmou. Com isso, a capacidade total de regaseificação de GNL chegará no fim deste ano a 41 milhões de metros cúbicos por dia. "Esse é o gás novo. O gás para os leilões de energia nova terá que ser necessariamente o GNL", acrescentou.
Para o executivo, o grande entrave para a expansão do parque térmico a gás no Brasil está nas regras dos leilões de energia nova, realizados pelo governo federal. "A participação nos leilões, em termos de competitividade, está muito difícil", afirmou. Alcides comentou que os limites impostos pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para o custo do combustível (CVU) e para o preço da fonte nos certames estão muito baixos e desfavoráveis para o gás.
"Ao colocar para competir, em um mesmo pacote, o gás natural, as eólicas e as hidrelétricas, as térmicas não têm a mesma competitividade", argumentou. O executivo lembrou que o custo operacional de uma térmica a gás é maior do que dessas duas outras fontes justamente por causa do custo do combustível, o que não existe para os projetos eólicos e para as usinas hidrelétricas. "O sucesso das térmicas passa por uma alteração nos critérios dos leilões de energia nova", sugeriu Alcides.