A agência de classificação de risco Fitch divulgou comunicado nesta quarta-feira, dizendo que o recente aumento da taxa de juros no Brasil, decidido na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na semana passada, pode elevar o risco dos bancos no médio prazo se a tendência de alta continuar por algum tempo. "O recente aumento de 0,25 ponto porcentual feito pelo Banco Central do Brasil pode prolongar a recuperação da qualidade de ativos entre os bancos brasileiros e continuará a pressioná-los devido aos seus custos altos de empréstimo", explicou a agência.
A Fitch acredita que a alta dos juros é o começo de um "ciclo moderado de aperto monetário no Brasil". Como justificativa para o comentário, a agência se baseia no IPCA (o índice oficial de inflação), que continua alto apesar da previsão de baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano. "Apesar do esperado crescimento fraco em 2013, a inflação vem se mostrando resistente devido ao mercado de trabalho apertado e das persistentes altas dos preços de serviços."
Em sua análise, a agência diz que não vê impacto da alta da Selic nas margens dos bancos, alegando que muitas instituições anteciparam as mudanças. "Contudo, nós continuamos cautelosos sobre o impacto potencial dos custos de crédito na rentabilidade dos bancos em 2013, devido ao ciclo econômico e ao aumento do endividamento pessoal."
A Fitch lembrou ainda que muitos bancos brasileiros continuam bem capitalizados, devido aos "níveis elevados de capital individual e, sobretudo, aos perfis financeiros". "Contudo, um período sustentado de alta média de custos de crédito pode minar a lucratividade e limitar a capacidade de empréstimo das instituições". As informações são da Dow Jones.