O governo federal criou hoje um grupo de trabalho (GT) interministerial que vai elaborar propostas para reduzir o congestionamento de veículos de carga nos acessos a portos e terminais brasileiros. Nos estudos, o grupo levará em conta dificuldades e gargalos existentes no país para a exportação de produtos e, principalmente, para o escoamento de safras.
Segundo o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller, são necessárias soluções rápidas para os “gargalos pontuais” e novas formas de organizar o escoamento da produção e os serviços portuários. “A ideia é unificar e agilizar os serviços das diversas entidades responsáveis pela fiscalização [ao longo de toda a cadeia logística]. Assim, poderemos perceber ações pontuais para dar mais velocidade ao fluxo [dos produtos]”, disse Geller à Agência Brasil.
Segundo ele, o perfil da demanda por serviços de logística no país tem mudado significativamente. Daí a necessidade de atualizar informações. “Produtos de Mato Grosso e outros estados da Região Centro-Oeste tendem a migrar [o escoamento] para os portos do Norte. É um cenário que volta e meia precisa de reavaliação. É isso que queremos fazer com esse GT”, acrescentou o secretário. Segundo ele, o grupo ainda não tem prazo definido para conclusão do estudo.
A criação do GT foi publicada no Diário Oficial da União de hoje, em portaria dos ministérios da Agricultura e dos Transportes e da Secretaria Especial de Portos da Presidência da República. O grupo terá representantes das três pastas e também da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e Confederação Nacional do Transporte (CNT).
Entre as ações previstas está a de identificar e levantar estudos sobre as melhores práticas de escoamento de safras tanto no Brasil como em outros países, bem como monitorar a movimentação de grãos desde as regiões produtoras até os portos e terminais. Ao final, será proposto um plano de ação para orientar os órgãos públicos e a iniciativa privada sobre a prioridade dos investimentos.