O novo primeiro-ministro da Itália, Enrico Letta, disse hoje (29) que vai pedir demissão, em 18 meses, se nesse período tiver frustrada a previsão de recuperação da economia. “O único resultado possível é o sucesso" , disse Letta. “Se, no entanto, as coisas não avançarem, assumirei as consequências", reiterou. Letta assume o governo depois de dois meses de instabilidade política e ausência de consenso.
A Itália é um dos países mais afetados pelos impactos da crise econômica internacional, causando aumento nos percentuais de desemprego e de tarifas públicas. "A Europa está em crise de legitimidade, justamente quando os seus cidadãos mais precisam dela", disse Enrico Letta. “O destino de todo o continente está unido e não há vencedores nem vencidos."
Segundo o novo primeiro-ministro, apenas uma política de “saneamento de contas” não resolverá os problemas econômicos da Itália. Para ele, é fundamental adotar medidas que estimulem o crescimento da economia e garantam o bem-estar social. "Não há mais tempo. Muitas famílias e cidadãos estão mergulhados no desespero", destacou o primeiro-ministro.
Letta planeja viajar nos próximos dias para Bruxelas (Bélgica), que é a sede da União Europeia, Berlim (Alemanha) e Paris (França) – cujos governos têm assumido o controle de parte das negociações econômicas relativas à Europa. Amanhã (30), ele se reúne com a chanceler alemã, Angela Merkel.
Para Enrico Letta, o emprego é a meta principal do governo de coligação que lidera – formado por técnicos e membros do Partido Democrático (esquerda), o Povo da Liberdade (direita) e a Eleição Cívica (centro). Ele disse que pretende acabar com a acumulação de salários por parte dos ministros que são também deputados. O objetivo é atender às demandas da população que critica a existência de benefícios exagerados para os políticos