A Vigor Alimentos, que em fevereiro comprou 50% da Itambé, um dos maiores laticínios do país, tenta aprovar hoje em assembleia geral extraordinária a emissão de R$ 410 milhões em debêntures simples, não conversíveis em ações. Serão lançados 410 papéis, com valor nominal unitário de R$ 1 milhão. Trata-se da primeira emissão de debêntures da companhia, que será feita em duas séries: a primeira no valor de R$ 310 milhões e a segunda num total de R$ 100 milhões.
Os acionistas também vão deliberar sobre a constituição de alienação fiduciária, em favor dos debenturistas, de ações da Itambé Alimentos que pertencem à Vigor. De acordo com a empresa, o valor captado em debêntures deverá ser usado para financiar o investimento na Itambé.
Além disso, a assembleia deverá ratificar a nomeação e contratação da Apsis Consultoria Empresarial para elaborar laudos de avaliação do valor econômico e do patrimônio líquido da Itambé a preços de mercado. Na reunião, os acionistas da Vigor Alimentos deverão ainda ratificar o investimento feito na Itambé e o valor de eventual pagamento aos acionistas do direito de retirada (garantido aos minoritários com o pagamento do valor das ações de sua propriedade).
A Itambé é controlada pela Cooperativa Central de Produtores Rurais de Minas Gerais (CCPR) e a Vigor faz parte do grupo JBS, maior frigorífico do mundo. Segundo comunicado distribuído pela Vigor e pela CCPR, o negócio permitirá manter e ampliar o relacionamento com 8 mil produtores rurais da Itambé, responsáveis pela entrega diária de 3 milhões de litros de leite às unidades da companhia.
Suporte
O suporte do grupo JBS permitiu que a Vigor, classificada na 10ª posição entre os maiores laticínios no Brasil, comprasse a Itambé, que está em terceiro lugar nesse mesmo ranking, de acordo com levantamento feito em 2011 pela Leite Brasil e pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).