A taxa de desemprego entre jovens deve atingir, neste ano, 12,6% da população mundial que tem entre 15 e 24 anos. Isso representa cerca de 73,4 milhões de pessoas. Os dados, divulgados nesta quarta-feira, 08, pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), mostram que a cifra representa um incremento de 3,5 milhões entre 2007 e 2013 e que a taxa volta a ficar perto dos níveis alcançados no pior momento da crise econômica em 2009.
Segundo o relatório Tendência Mundiais do Emprego Juvenil 2013 - Uma Geração em Perigo, embora existam diferenças regionais, a taxa de desemprego juvenil em nível mundial continua crescendo e deve alcançar 12,8% em 2019, anulando os progressos alcançados no começo do período de recuperação econômica.
"Esses números evidenciam a necessidade de focarmos em políticas que promovam o crescimento, a melhoria da educação e os sistemas de qualificação, além do emprego juvenil", afirmou, em nota, José Manuel Salazar-Xirinachs, Subdiretor Geral de Políticas da OIT.
No ano passado, a taxa de desemprego juvenil mais alta foi registrada no Oriente Médio, onde 28,3 % dos jovens estavam desempregados. As projeções atuais apontam que a cifra pode chegar em 30% em 2018 na região.
Para Salazar-Xirinachs, os chamados empregos seguros, que eram norma para as gerações anteriores - pelo menos nas economias avançadas - são menos acessíveis para os jovens de hoje. "O crescimento do trabalho temporário ou a tempo parcial sugere que este tipo de trabalho é frequentemente a única opção para os trabalhadores jovens", explicou.
Segundo o relatório, os jovens mais vulneráveis ao desajuste profissional incluem, particularmente, as mulheres que já tenham sido desempregadas. Os dados disponíveis registraram em 2012 uma diferença de 5 pontos entre a taxa de desemprego entre os homens jovens, de 10,9%, e as mulheres jovens, de 15,9%. Essa diferença aumentaria até 2018, quando a taxa entre os homens chegaria a 11 3%, diante de 17% das mulheres.
O documento da OIT faz um apelo aos governos para que realizem ações específicas e imediatas para combater a crise do emprego juvenil. O relatório, no entanto, destaca que não existe uma solução "única para todos".