O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse nesta quarta-feira que o Banco Central vai colocar a inflação “nos eixos” e lembrou que a estabilidade dos preços é essencial para o crescimento do país. Ele foi ouvido no Senado sobre política de investimentos, desenvolvimento e fomento do banco.
“Acho que o mercado projeta inflação declinante nos próximos meses, especialmente no segundo semestre. É um consenso. Eu acredito e tenho plena confiança de que a política do Banco Central vai colocar a inflação nos eixos. Inflação sob controle – indo para o centro da meta - é absolutamente essencial para o crescimento do país”, avaliou.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, registrou taxa de 0,55% em abril. O resultado é superior ao 0,47% de março. Em abril do ano passado, no entanto, a taxa havia sido 0,64%. O dado foi divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Luciano Coutinho também estimou que o país pode ter taxa básica de juros ainda mais baixa, mantendo a política macroeconômica organizada. “Estamos falando no longo prazo, não no curto prazo. Quando ocorrer essa convergência, ela vai ser muito boa, porque ela vai criar possibilidade de que o setor bancário privado possa desenvolver crédito de longo prazo em uma escala maior” disse.
Na área de petróleo e gás, Coutinho adiantou que o BNDES deve aumentar a capacidade de empréstimo para o setor. A expectativa é que a ampliação do apoio se dê principalmente na formação da cadeia produtiva.
Outro assunto comentado pelo presidente do BNDES foi a MP dos Portos em discussão no Congresso Nacional. A expectativa dele é que a proposta seja aprovada o mais rápido possível. “Essa é uma grande oportunidade para o Brasil. Eu continuo recebendo manifestações de interesse de grandes operadores portuários”.
Coutinho disse que acabou de agendar uma reunião ainda no mês de maio com um grande operador portuário asiático. “Nós temos interesse sim e temos também empresas brasileiras capacitadas para se associarem a esses investidores”. Para o economista, o negócio de portos é importante e o Brasil precisa avançar muito no setor, que vive um estado de “engargalamento óbvio”.