Brasília – Um dos principais articuladores da política econômica do governo, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, resolveu deixar o cargo, que passou a ocupar no início de 2011, depois de já ter desempenhado outras funções de relevo na pasta. O pedido de demissão expõe, segundo especialistas, um clima de tensão na equipe comandada pelo ministro Guido Mantega. A decisão, que pode ser oficializada nos próximos dias, teria sido tomada diante da frustração de Barbosa com o projeto de reforma tributária que tentou emplacar no Congresso e das críticas crescentes à condução da economia. A maioria dos projetos de estímulo ao crescimento passaram ou saíram do gabinete do secretário nos últimos anos e, com os fracos resultados da atividade e os investimentos ainda travados, a pressão sobre ele teria se tornado insustentável.
A disputa de poder na equipe econômica também desgastou Barbosa, que é economista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Nos bastidores, integrantes do governo afirmam que existe uma rusga entre ele e Arno Augustin, secretário do Tesouro Nacional. Ambos foram colocados nos cargos pela própria presidente Dilma Rousseff, e o segundo ganhou mais poder nos últimos meses. Além de ter participado de decisões importantes, como a desoneração do setor de energia, Augustin foi ainda convidado a integrar a coordenação da campanha à reeleição de Dilma, em 2014.
Mudanças Para especialistas, a saída de Barbosa do governo não vai mudar substancialmente a política econômica. A avaliação é de que as decisões, em sua maioria, devem continuar a sair do Palácio do Planalto. “Se mudar, é pouca coisa, as diretrizes já estão dadas e o Tesouro Nacional tem papel importante nelas”, observou Felipe Salto, economista da Tendências Consultoria. Na visão dele, o governo deve continuar a usar a política fiscal para promover desonerações, manter a política de juros baixos, a despeito da inflação elevada, e continuar adotando medidas protecionistas.
Mantega ainda não conversou com Barbosa sobre a demissão. Em janeiro, o secretário já havia manifestado o desejo de sair, mas foi convencido a permanecer até que o projeto que reformula o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) fosse aprovado no Legislativo. O encontro deve ocorrer hoje e terá o objetivo de dissuadi-lo. Segundo fontes do governo, porém, “a decisão é peremptória, irreversível e inevitável”. Tanto que já começaram a circular nomes de possíveis susbtitutos, como o do secretário de Política Econômica, Márcio Holland, e o de Bernard Appy, que já ocupou o cargo no governo Lula. (Com Victor Martins)
A disputa de poder na equipe econômica também desgastou Barbosa, que é economista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Nos bastidores, integrantes do governo afirmam que existe uma rusga entre ele e Arno Augustin, secretário do Tesouro Nacional. Ambos foram colocados nos cargos pela própria presidente Dilma Rousseff, e o segundo ganhou mais poder nos últimos meses. Além de ter participado de decisões importantes, como a desoneração do setor de energia, Augustin foi ainda convidado a integrar a coordenação da campanha à reeleição de Dilma, em 2014.
Mudanças Para especialistas, a saída de Barbosa do governo não vai mudar substancialmente a política econômica. A avaliação é de que as decisões, em sua maioria, devem continuar a sair do Palácio do Planalto. “Se mudar, é pouca coisa, as diretrizes já estão dadas e o Tesouro Nacional tem papel importante nelas”, observou Felipe Salto, economista da Tendências Consultoria. Na visão dele, o governo deve continuar a usar a política fiscal para promover desonerações, manter a política de juros baixos, a despeito da inflação elevada, e continuar adotando medidas protecionistas.
Mantega ainda não conversou com Barbosa sobre a demissão. Em janeiro, o secretário já havia manifestado o desejo de sair, mas foi convencido a permanecer até que o projeto que reformula o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) fosse aprovado no Legislativo. O encontro deve ocorrer hoje e terá o objetivo de dissuadi-lo. Segundo fontes do governo, porém, “a decisão é peremptória, irreversível e inevitável”. Tanto que já começaram a circular nomes de possíveis susbtitutos, como o do secretário de Política Econômica, Márcio Holland, e o de Bernard Appy, que já ocupou o cargo no governo Lula. (Com Victor Martins)