O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, disse, nesta terça-feira, que os portos do país entrarão em greve caso a votação da medida provisória que estabelece um novo marco regulatório para o setor não inclua a questão trabalhista.
"O governo tinha um acordo conosco de que ia incluir os trabalhadores nos portos privados, aceitou uma emenda que estendia os trabalhadores inscritos nos Ogmos (Órgão Gestor de Mão-de-Obra) para os portos privados. O governo não colocou isso na redação do relator. Nos sentimos meio ludibriados, negociando com malandro", criticou Paulinho da Força, antes de reunião com outras centrais sindicais e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, para tratar no Palácio do Planalto de questões trabalhistas.
"Essa emenda foi aceita (na comissão) e não colocaram no texto. Se a nossa emenda não for votada junto com a MP, os portos não trabalham amanhã", ameaçou. "Se votar hoje, e não incluir a questão trabalhista, os portos amanhã não trabalham. Não é uma greve por um dia, não, é uma greve por tempo indeterminado. Os problemas dos portos não são os trabalhadores, são outros."
O deputado reiterou que, em sua opinião, a MP fará com que os portos privados quebrem os portos públicos. "A luta dos trabalhadores é para que os terminais privativos que serão construídos levem junto os trabalhadores avulsos que hoje estão inscritos nos Ogmos. Se não tiver isso, não tem acordo conosco, então terá greve. O governo sabe que, para nós, isso é imexível".