O apelo do país do futebol fisgou investidores, importadores e compradores de redes internacionais de varejo de 70 países, que já preparam as malas para assistir aos jogos da Copa das Confederações . São 1.400 estrangeiros, dos quais 45 confirmaram presença no estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão, a convite de associações de empresas exportadoras e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). A competição é só um pretexto para colocar executivos e empresários da República Dominicana à China, passando pelos Estados Unidos, Áustria, Rússia e Sérvia, num formato novo de rodada de negócios à moda típica brasileira. Antes ou após as partidas, a agenda vai contemplar oferta de produtos e serviços, reuniões e visitas a fábricas e empreendimentos do agronegócio.
Batizada de Projeto Copa, a programação servirá como piloto para a mesma ação de relacionamento e promoção comercial durante a Copa do Mundo de 2014, com o convite a cerca de 2 mil investidores, importadores e compradores estrangeiros. A expectativa do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, é de que a dobradinha entre futebol e negócios com o exterior durante a Copa das Confederações renda pelo menos R$ 1 bilhão às empresas no Brasil. Nem tão otimistas assim, setores envolvidos diretamente com o evento, como hotéis, operadoras de turismo e transporte de passageiros, se deparam com um movimento aquém do esperado, a um mês do torneio.
“É uma iniciativa muito interessante para estimular negócios nos dois momentos em que o mundo estará atento e voltado ao Brasil”, disse o ministro do Desenvolvimento ao Estado de Minas. Nos hotéis, empresas de transporte e especializadas em passeios, a justificativa para a demanda menor que o esperado está na má sorte de Belo Horizonte no sorteio dos jogos – com times de pouco interesse dos torcedores. A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) espera receber cerca de 53 mil turistas no aeroporto de Confins, nos três dias de jogos. A previsão é de movimento maior em 26 de junho, quando ocorrerá uma semifinal.
Para o primeiro jogo, a Infraero espera incremento no aeroporto de Confins de 700 passageiros nos voos internacionais e 4,1 mil nos domésticos. Para a segunda partida, entre México e Japão, a Infraero espera incremento de 4 mil passageiros nos embarques domésticos e 1,7 mil nos internacionais. E para o terceiro jogo é esperado incremento de 45 mil passageiros no embarque doméstico e 4,5 mil nos internacionais. “Os executivos devem viajar menos, então vamos conseguir administrar esses números com facilidade”, afirma Maria Edwirges Madeira, superintendente do aeroporto de Confins.
Demanda
A procura por passeios nas cidades históricas para o período da Copa, como Ouro Preto, Congonhas e Tiradentes, está pequena para o período dos jogos, informa Antônio da Mata, presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav). “Só tivemos algumas consultas, mas o movimento ainda está fraco”.
No primeiro jogo na capital, a delegação do Taiti vai se hospedar no Hotel Ouro Minas, que tem 346 quartos. “Mas fora o pessoal da delegação, não tivemos mais procura para a data”, diz Alisson Martins, gerente nacional de vendas. A tarifa cobrada pela diária, segundo o gerente, vai subir de acordo com a taxa de ocupação. Na semifinal, por exemplo, o preço não vai ser o mesmo do de dias normais, avisa Martins.
A Minas Gerais Turismo trabalha com o aluguel de vans, micro-ônibus e carros em Belo Horizonte. O preço cobrado do transfer do aeroporto para hotel no Centro da capital já inflacionou: R$ 300 o trecho, sendo que em períodos normais custa R$ 180. “O valor subiu por causa do evento”, afirma Guilherme Vieira, proprietário da agência. Ele conta que já fechou o transporte com dois clientes para a Copa das Federações, tanto para buscar e levar ao aeroporto quanto no Mineirão. “Mas a procura está aquém do esperado, até mesmo porque falta apenas um mês para os jogos”, diz Vieira.