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Estado de Minas AGROPECUÁRIO

Novas técnicas evitam queda maior da safra de milho no estado

Por causa de problemas climáticos, safra mineira deve cair 2,7% em relação a 2012


postado em 20/05/2013 08:18

Produção mineira deve chegar a 7,418 milhões de toneladas nesta safra(foto: PAULO EDUARDO / DIVULGAÇÃO)
Produção mineira deve chegar a 7,418 milhões de toneladas nesta safra (foto: PAULO EDUARDO / DIVULGAÇÃO)
Nos últimos anos, inúmeras tecnologias ligadas à cultura do milho foram implementadas, e outras tantas ainda estão em processo de desenvolvimento. Com a ajuda de técnicos, consultores e extensionistas, cada vez mais produtores têm acesso às informações sobre novas técnicas e produtos, desde cultivares de alto potencial genético até medidas para o maior controle de pragas, passando pela otimização de máquinas e equipamentos. Nesse cenário se destacam também a implantação do sistema de plantio direto, a integração da lavoura com a pecuária/floresta e a inserção de melhores técnicas de irrigação, que aumentam o potencial produtivo das lavouras.

Para a safra 2012/13, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Milho e Sorgo disponibilizou para o mercado 479 cultivares de milho, sendo 263 convencionais e 216 transgênicas. De acordo com o pesquisador José Carlos Cruz, as informações desta safra ainda estão sendo consolidadas, enquanto são preparadas as novidades para 2013/2014, mas já é possível destacar alguns avanços importantes. “Vimos a consolidação das cultivares trangênicas, especialmente as referentes ao controle da lagarta da espiga, uma praga que afeta muito as plantações. O mais interessante, porém, foi perceber que os produtores finalmente estão constatando que as sementes trangênicas sozinhas não vão resolver o problema.”

De acordo com José Carlos, com a tecnologia já consolidada, o importante é que os agricultores entendam que precisam monitorar suas lavouras a fim de tomar providências em tempo hábil e seguir as recomendações dadas pelos centros de pesquisa. “O manejo de pragas e doenças não se esgota com uma prática. Há exigências, como a necessidade de se ter uma área de refúgio na plantação com sementes não trangênicas. Em muitos casos, isso não é feito e tem consequências na proliferação de pragas.”

Com mais acesso a sementes de alta qualidade e a técnicas avançadas de manejo do solo, o produtor de milho profissional tem expectativas melhores de produtividade. Para o pesquisador, quanto maior o nível de tecnologia, mais expressiva é a rentabilidade do produtor. “Hoje ele tem a consciência de como fazer para aumentar a sua produtividade. A média atual de produção é de 150 sacas por hectare, o que daria 9 tolenadas de milho. É um número bem superior ao que era registrado no passado.”

Além disso, há o fato de o milho ser uma cultura altamente versátil, que se ajusta bem a diferentes sistemas, como a integração entre lavoura e pecuária. “Um dos exemplos disso é o fato de muitos produtores optarem por renovar a pastagem ao plantar capim com o milho. É o que chamamos de plantio em consórcio. Também há cada vez mais culturas de milho com soja”, explica José Carlos.

Onde o produtor festeja


Com um histórico de público de cerca de 450 mil pessoas por edição, a Fenamilho é um dos maiores eventos do setor agropecuário do país. O grão dourado, grande estrela do evento, tem lugar de destaque na programação, como nas mostras de pratos típicos que levam o ingrediente. Além das atrações culturais, as possibilidades de negócios estão na agenda. São oferecidas durante a Feira do Agronegócio da Fenamilho (AgroFena), que será realizada pelo terceiro ano. Trata-se de um espaço em que o produtor tem acesso a novas tecnologias e maquinários, com fomento de instituições financeiras. Os leilões e exposições de gado e equinos também atraem produtores que querem adquirir animais de qualidade para a melhoria do seu plantel.

De acordo com Cláudio Nasser de Carvalho, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Patos de Minas, a AgroFena foi criada com o objetivo de levar soluções para o homem do campo sem que ele tenha que sair da região. “A feira tem o mesmo nível e condições de outros grandes eventos do país, com a participação tanto de empresas do agronegócio quanto daquelas envolvidas com pesquisas”, garante o presidente. Desde a primeira edição, a ideia é elencar e atender as principais demandas dos agricultores locais. “Identificamos uma grande carência na aquisição de equipamentos dentro da agricultura familiar, que vinha da dificuldade de conseguir aprovação de financiamento, por exemplo.”

Desde então, o sindicato começou um trabalho de negociação com instituições, como o Banco do Brasil, e recebeu o apoio de entidades e organizações do setor, como a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG). “Já na primeira edição da AgroFena, 128 tratores foram adquiridos por agricultores familiares. A feira chega ao seu terceiro ano com significativo histórico em comercialização de máquinas e insumos, com mais de R$ 30 milhões negociados, abrangendo estrategicamente as necessidades do pequeno produtor.”

Além de facilitar a acesso à tecnologia, a feira tem o propósito de levar informação aos agricultores. “Já estamos possibilitando a aquisição de equipamentos. O passo seguinte é munir os produtores de conhecimento, por meio de seminários e mesas-redondas, especialmente nas outras áreas em que a região é forte, como a produção leite e café”, afirma Cláudio. (CL)

Grão biofortificado na lista de novidades


Uma cultivar de milho com quantidade de pró-vitamina A (carotenoides) cerca de quatro vezes superior à encontrada em cultivares comuns será lançada hoje pela Embrapa Milho e Sorgo. A pró-vitamina A se transforma em vitamina A a partir de reações químicas no organismo. Entre suas funções estão a manutenção de uma boa visão, uma pele saudável e um bom funcionamento do sistema imunológico. Já a falta dela no organismo resulta na hipovitaminose A, considerada um dos principais problemas de nutrição no mundo.

A cultivar é resultado das ações do projeto BioFort, que trabalha o melhoramento genético convencional de culturas agrícolas que compõem a dieta básica da população brasileira e de outros países onde problemas nutricionais ainda são prevalentes. No Brasil, pesquisadores da Embrapa já conseguiram cultivares de mandioca e de batata-doce com altos teores de vitamina A, além de arroz, feijão e feijão-caupi mais ricos em ferro e zinco. O milho biofortificado com pró-vitamina A é específico para programas sociais, como os de merenda escolar. O trabalho de transferência de tecnologia vem sendo feito pela Embrapa por meio da multiplicação de sementes biofortificadas pelas comunidades parceiras. (CL)


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