O diplomata Roberto Azevêdo, eleito diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), disse hoje que há margem para o governo brasileiro modificar as regras vigentes da macroeconomia, como o controle da inflação, superávit primário e câmbio flutuante. Ele ponderou que essa é uma discussão interna e complexa a ser feita pelo governo federal.
“Não é uma coisa que se resolve mexendo com um pauzinho ou dois. A estrutura de fatores é grande e interage entre si. Acho que o governo brasileiro vai ter que pensar em fazer gradualmente”, ressaltou o diretor-geral eleito para a OMC.
Roberto Azevêdo se reuniu com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), com quem conversou sobre as perspectivas econômicas “que vêm pela frente”. Neste aspecto, ele destacou a necessidade de se adotarem medidas de competividade e de fluxo de comércio que o Brasil precisa para se inserir definitivamente no cenário internacional.
Entre as medidas para dar maior poder de competição, Azevêdo citou investimentos em infraestrutura e na área de regulação. O embaixador disse ainda que o Congresso Nacional tem trabalhado neste aspecto para recuperar a indústria nacional e garantir que o país tenha uma economia competitiva.
O diplomata citou, por exemplo, a recém-aprovada reforma portuária. “Essas regras são importantíssimas para quem pensa em ser um participante ativo no comércio internacional, como é inevitavelmente o caso do Brasil”, observou.