Uma forte concentração de vencimentos de títulos prefixados neutralizou os efeitos dos juros e fez a Dívida Pública Federal (DPF) ficar praticamente estável em abril. De acordo com dados divulgados há pouco pela Secretaria do Tesouro Nacional, a DPF fechou o mês passado em R$ 1,940 trilhão, com queda de apenas 0,01% (R$ 220 milhões) em relação ao estoque registrado em março.
A dívida pública mobiliária – em títulos públicos - interna ficou estável em R$ 1,852 trilhão. Isso ocorreu porque, no mês passado, o Tesouro resgatou R$ 15,61 bilhões em títulos a mais do que emitiu. Esse resgate, no entanto, foi compensado pelo reconhecimento de R$ 15,58 bilhões em juros. O reconhecimento ocorre porque a correção que o Tesouro se compromete a pagar aos investidores é incorporada gradualmente ao valor devido.
A dívida pública externa encerrou abril em R$ 88,53 bilhões, queda de 0,02% em relação a março, quando tinha atingido R$ 88,7 bilhões. O principal fator para essa variação foi a queda de 0,6% do dólar no mês passado.
A estabilidade da DPF foi influenciada pelo vencimento de títulos prefixados. Apenas no mês passado, R$ 52,3 bilhões em papéis do Tesouro venceram. A maior parte desse total, R$ 51,1 bilhões, correspondeu a títulos prefixados que costumam vencer no primeiro mês de cada trimestre – janeiro, abril, julho e outubro.
Apesar de continuar abaixo de R$ 2 trilhões, o próprio Tesouro reconhece que a DPF voltará a subir nos próximos meses. De acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF), divulgado em março, a tendência é que o estoque da Dívida Pública Federal encerre o ano entre R$ 2,1 trilhões e R$ 2,24 trilhões. Em dezembro, a DPF ultrapassou pela primeira vez a barreira de R$ 2 trilhões, mas caiu nos meses seguintes.