A taxa de desemprego nas seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ficou em 5,8% em abril, menor percentual para o mês desde 2002, quando a série teve início. Apesar da queda, houve estabilidade tanto em relação a março (5,7%) quanto a abril do ano passado (6,0%). A pesquisa é feita nas áreas metropolitanas de São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Recife, Salvador e Porto Alegre.
Na Grande BH, o índice de desemprego foi de 4,2%, o menor para o mês desde o início da série, segundo a Pesquisa Mensal do Emprego (PME). Em março havia sido de 4,6%.“A movimentação no cenário macroeconômico (medidas para o país retomar o crescimento e conter a inflação) reflete de forma positiva no mercado de trabalho”, afirma Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
O resultado foi a redução da fila de desocupados. Em relação a abril de 2012, houve declínio na população desocupada em 16,6% na região metropolitana da capital mineira, mesmo desempenho de Porto Alegre, representando a maior queda entre as regiões pesquisadas pelo IBGE. O número de pessoas desocupadas caiu 22,6 mil no período de um ano em BH e entorno. Em abril do ano passado, eram 136 mil desempregados, contingente que passou em abril deste ano para 114 mil. No período analisado, foram criados 44 mil postos de trabalho com carteira assinada, uma alta de 3,6%.
O rendimento médio real dos trabalhadores no país (R$ 1.862,40), ou seja, descontada a inflação, se manteve sem grandes variações: houve redução ligeira de 0,2%, frente a março passado e crescimento de 1,6% na comparação com abril de 2012. Na Grande BH, os vencimentos cresceram 0,5%, na média, ante março, e 0,8% em relação a abril do ano passado. Eles passaram da média de R$ 1.810,03 em abril de 2012 para 1.814,98 em março e R$ 1.824,80 no mês passado.
Depois de viver forte aquecimento do mercado, a construção civil voltou a reduzir o número de trabalhadores: houve queda de 21 mil postos de trabalho no último ano na Grande BH. “A redução já vinha acontecendo desde janeiro”, observa Cimar Azeredo, do IBGE. Os empresários mineiros do setor, no entanto, apostam em retomada dos negócios a partir deste mês, beneficiados principalmente pelo 9º Feirão da Caixa, que começa hoje, no Centro de Convenções Expominas.
A atendente Carolina Graziane Murta Pedrosa, de 22 anos, ficou apenas um mês desempregada. Ela trabalhava como auxiliar de cozinha e acaba de conseguir emprego em um restaurante no Bairro Funcionários, Zona Sul da capital. “Há muita oferta de emprego. Espero mais oportunidades, pois faço o curso superior de gastronomia”, afirma Carolina. Ela recebe, por mês, cerca de R$ 800.
A vendedora Daniela Cristina Augusto dos Santos conseguiu emprego depois de ficar oito meses sem trabalhar. Ela era cuidadora de idosos, mas decidiu retornar à área comercial. Foi contratada há cerca de 20 dias. “Eu tenho experiência, então não foi difícil achar recolocação. O que está difícil é encontrar gente qualificada”, afirma.