Os salários pagos pelas empresas e outras organizações formais da economia em Minas Gerais, incluindo o setor público, os sócios e donos do negócio próprio, cresceram a um ritmo superior ao da expansão das vagas nos últimos quatro anos até 2011, superando a média nacional. Ainda assim, o estado paga uma das piores remunerações, também na média dos vencimentos dos trabalhadores ocupados com carteira de trabalho, entre as maiores unidades da federação.
Segundo os dados do Cadastro Central de Empresas feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o salário médio mensal subiu 10,7% em Minas e 8,7% no Brasil entre 2008 – início da crise mundial – e 2011, descontada a inflação. A remuneração no estado, entretanto, correspondia a 2,8 salários mínimos de 2011, o equivalente a R$ 1.524,09, com base no mínimo de R$ 544,32, na média daquele ano, enquanto o vencimento somava 3,3 mínimos (R$ 1.792,61) no país. Minas ficou na 18ª posição do ranking nacional do salário médio mensal, só ganhando de estados do Norte, Nordeste e Goiás, embora seja o terceiro na geração de produtos e serviços medida pelo Produto Interno Bruto (PIB) e tenha dado contribuição de destaque na geração de empregos.
Para Guilherme Veloso Leão, gerente de estudos econômicos da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIemg), o forte crescimento do salário médio no estado reflete a própria expansão do emprego sobretudo na Região Metropolitana de Belo Horizonte. “É uma das áreas metropolitanas onde é menor o índice de desemprego (de 4,2% em abril, ante 5,8% na média nacional, de acordo com o IBGE), e isso gera pressão sobre a mão de obra disponível. Para conseguir manter o trabalhador, as empresas têm de oferecer salários melhores”, afirma.
O problema para as empresas está num avanço maior dos salários em relação ao da produtividade, ou seja, a produção gerada por hora trabalhada pelo empregado. A queda da produtividade da indústria, hoje, está mais ligada à redução da produção, ante os efeitos da crise financeira mundial sobre a economia brasileira, mas o fenômeno pode retratar outros fatores, como a defasagem tecnológica do parque industrial e a baixa qualificação da mão de obra, observa Guilherme Leão, da Fiemg.