Quatro em cada dez brasileiros que estão hoje no mercado informal de trabalho como prestadores de serviços ou vendedores de produtos foram motivados a deixar o emprego formal em busca de autonomia e de flexibilidade no dia a dia. Mas, ao darem esse passo, eles acabam cumprindo uma jornada mais extensa do que teriam numa empresa, com a obrigatoriedade de bater o cartão de ponto.
Isso é o que mostra um estudo feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) para traçar o perfil do trabalhador informal. De acordo com a pesquisa, que consultou 612 proprietários de estabelecimentos e profissionais autônomos dos setores de comércio e serviços de todas as capitais, sem inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica e trabalhadores informais, 90% deles trabalham cerca de oito horas por dia, de segunda a sábado. E 27% informaram que têm jornada aos domingos.
“O resultado da pesquisa mostra um paradoxo: a pessoa vai para informalidade porque não quer depender de patrão, mas trabalha mais horas e fica vulnerável porque não está coberta pela lei”, afirma o gerente financeiro do SPC-Brasil, Flávio Borges. A pesquisa mostra que 72% dos informais não pagam previdência (INSS).
A maioria dos entrevistados (78%) também já teve trabalho com carteira assinada antes de ingressar na informalidade. Caso de Valdemir Trivelato, de 51 anos, dos quais 20 trabalhando como ambulante. Ex-bancário, o ex-analista de crédito que cursou até o segundo ano da faculdade de administração de empresas, conta que foi parar na informalidade por “falta de opção”. Na época, perdeu o emprego num corte que houve no banco. De lá para cá, se dedicou à venda de itens ligados à eletrônica. No começo, eram rádios. Agora, são capas de celulares e acessórios.
“Hoje trabalho seis dias por semana, das 7h às 21h. Alguns dias vou às 4h da manhã ao Brás para comprar as mercadorias”, conta o ambulante. Quando estava empregado no banco, cumpria uma jornada diária bem menor, de seis horas.
Com renda média mensal de R$ 1.300, Trivelato conta que desistiu mais recentemente, de buscar uma oportunidade de trabalho no mercado formal por causa da idade, apesar de a economia estar hoje praticamente em pleno emprego.
Mas, na análise de Borges, do SPC-Brasil, essa contradição entre um grande contingente de informais e a falta de mão de obra para vagas formais é aparente. Na verdade, diz ele, os trabalhadores que estão na informalidade têm baixa qualificação e não teriam condições de preencher parte dos empregos que sobram nas empresas. Segundo a pesquisa, 88% dos entrevistados têm, no máximo, ensino médio.
Prática
Apesar de 80% dos informais declararem que não adotam gestão financeira do negócio, na prática eles fazem isso de forma intuitiva. Um exemplo dessa “gestão financeira” aparece quando perguntados como eles fazem para frear a inadimplência. De acordo com a pesquisa, 47% dos entrevistados só vendem fiado para clientes da sua confiança e 40% aceitam pagamento em dinheiro ou cartão. Também 5% dos entrevistados analisam o tempo que o cliente tem conta em banco para aceitar cheque.
A maioria dos informais é mulher (50,2%), e o setor de comércio, com 59%, prevalece sobre o de serviços (41%). Mas o tíquete médio dos serviços é de R$ 69,28, bem superior ao do comércio, de R$ 45.
Isso é o que mostra um estudo feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) para traçar o perfil do trabalhador informal. De acordo com a pesquisa, que consultou 612 proprietários de estabelecimentos e profissionais autônomos dos setores de comércio e serviços de todas as capitais, sem inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica e trabalhadores informais, 90% deles trabalham cerca de oito horas por dia, de segunda a sábado. E 27% informaram que têm jornada aos domingos.
“O resultado da pesquisa mostra um paradoxo: a pessoa vai para informalidade porque não quer depender de patrão, mas trabalha mais horas e fica vulnerável porque não está coberta pela lei”, afirma o gerente financeiro do SPC-Brasil, Flávio Borges. A pesquisa mostra que 72% dos informais não pagam previdência (INSS).
A maioria dos entrevistados (78%) também já teve trabalho com carteira assinada antes de ingressar na informalidade. Caso de Valdemir Trivelato, de 51 anos, dos quais 20 trabalhando como ambulante. Ex-bancário, o ex-analista de crédito que cursou até o segundo ano da faculdade de administração de empresas, conta que foi parar na informalidade por “falta de opção”. Na época, perdeu o emprego num corte que houve no banco. De lá para cá, se dedicou à venda de itens ligados à eletrônica. No começo, eram rádios. Agora, são capas de celulares e acessórios.
“Hoje trabalho seis dias por semana, das 7h às 21h. Alguns dias vou às 4h da manhã ao Brás para comprar as mercadorias”, conta o ambulante. Quando estava empregado no banco, cumpria uma jornada diária bem menor, de seis horas.
Com renda média mensal de R$ 1.300, Trivelato conta que desistiu mais recentemente, de buscar uma oportunidade de trabalho no mercado formal por causa da idade, apesar de a economia estar hoje praticamente em pleno emprego.
Mas, na análise de Borges, do SPC-Brasil, essa contradição entre um grande contingente de informais e a falta de mão de obra para vagas formais é aparente. Na verdade, diz ele, os trabalhadores que estão na informalidade têm baixa qualificação e não teriam condições de preencher parte dos empregos que sobram nas empresas. Segundo a pesquisa, 88% dos entrevistados têm, no máximo, ensino médio.
Prática
Apesar de 80% dos informais declararem que não adotam gestão financeira do negócio, na prática eles fazem isso de forma intuitiva. Um exemplo dessa “gestão financeira” aparece quando perguntados como eles fazem para frear a inadimplência. De acordo com a pesquisa, 47% dos entrevistados só vendem fiado para clientes da sua confiança e 40% aceitam pagamento em dinheiro ou cartão. Também 5% dos entrevistados analisam o tempo que o cliente tem conta em banco para aceitar cheque.
A maioria dos informais é mulher (50,2%), e o setor de comércio, com 59%, prevalece sobre o de serviços (41%). Mas o tíquete médio dos serviços é de R$ 69,28, bem superior ao do comércio, de R$ 45.