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Estado de Minas

Com mais água nos reservatórios, termelétricas podem ser desligadas

Chuvas elevam nível nas principais hidrelétricas do país e podem levar ao desligamento de algumas térmicas amanhã


postado em 04/06/2013 06:00 / atualizado em 04/06/2013 08:14

No fim do mês passado, o nível dos reservatórios das oito principais usinas hidrelétricas do Sudeste e do Centro-Oeste do Brasil, que respondem por cerca de metade da geração de energia elétrica no país, estava em média 6,39% abaixo do registrado em igual período do ano anterior. Entre as grandes usinas, cinco estão com capacidade inferior, mas houve recuperação em relação a abril, segundo os últimos números do Operador Nacional do Sistema (ONS). A melhoria do nível de armazenamento de energia no Brasil poderá abrir caminho para o desligamento de outras termelétricas depois das quatro que foram retiradas do sistema em 09 de maio. A decisão será tomada amanhã, data marcada para a próxima reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE).

No início de maio, foram desligadas as usinas pernambucanas de Pau Ferro (94 MW) e Termomanaus (143MW), a goiana Chavante (54MW) e a Potiguar (43MW), no Rio Grande do Norte. Com a desativação dessas usinas, a economia para os consumidores a cada mês pode chegar a R$ 100 milhões, segundo o ONS. Para o ex-ministro e ex-presidente da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) João Camilo Pena, apesar da recuperação dos reservatórios, o mais importante é reduzir o risco de racionamento. Na opinião dele, por causa disso o governo deverá manter as térmicas ligadas para impedir o risco de faltar energia no país. “Deverão ser mantidas ligadas quantas térmicas forem necessárias para atingir esse objetivo”, disse.

Dilema Walter Froes, diretor da CMU Comercializadora de Energia, acredita que o comitê poderá decidir por desligar algumas outras térmicas, já que a chuva melhorou o armazenamento de energia nos lagos das usinas hidrelétricas brasileiras. “O comitê pode retirar essas usinas do sistema interligado nacional para avaliar o cenário. O difícil é dizer quantos megawatts sairão do sistema”, afirma.

De acordo com o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, o prudente é manter as plantas ligadas, pois não há elementos que indiquem desligamentos. Na ocasião do desligamento das quatro térmicas, no ínico deste mês, porém, o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, não descartou que outras unidades de geração de energia mais caras poderiam ser desligadas em junho.


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