A coordenadora da ONG, Valdimar Nascimento Alves, afirma que esse trabalho de convencimento da família sobre a importância das atividades complementares é muito importante. A ONG é parceira em programas governamentais que diagnosticam e combatem a exploração das crianças.
De acordo com a subsecretária de Assistência Social da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), Maria Juanita Godinho Pimenta, o governo de Minas não tem um trabalho específico com foco na erradicação do trabalho infantil doméstico, mas há uma mobilização de políticas públicas e assistência a crianças e adolescentes trabalhadores. As unidades do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) e Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) acolhem menores e as famílias dando apoio psicológico e jurídico.
O Cras tem 1.065 unidades em 838 cidades mineiras e o Creas está com 233 sedes em 223 municípios. Os serviços atendem 47.843 crianças e adolescentes, submetidos ao trabalho infantil. O estado repassa recursos para que os prefeitos administrem o resgate desses meninos e meninas.
“As famílias que recebem assistência são pobres, com renda per capita de até meio salário mínimo. Muitas vezes, por uma questão de falta de informação, tratam o trabalho infantil como algo corriqueiro. Pensam que é melhor estar trabalhando do que na rua. Com relação ao empregador, ele aproveita a mão de obra barata. Às vezes contrata a mãe, mas acaba levando também a criança. Essa conjuntura favorece o trabalho infantil”, afirma Pimenta.
Assunto em Pauta
A atividade doméstica de crianças será tema do Encontro com Prefeitos e Gestores da Assistência Social da Região Metropolitana de Belo Horizonte no próximo dia 12 de junho - Dia Nacional e Internacional de Combate ao Trabalho Infantil. Os gestores vão assinar um termo de compromisso assumindo a obrigação de implantar ações voltadas para erradicação do trabalho infantil e de proteção ao adolescente trabalhador pensando em grandes eventos como Copa das Confederações e o Mundial de 2014.
O encontro de prefeitos é uma preparação para a reunião de estados da Região Sudeste que também acontece em junho, na capital mineira. Em agosto, haverá em Brasília a I Conferência Nacional do Trabalho Infantil e, dois meses depois, a mesma cidade receberá gestores do mundo inteiro na III Conferência Global sobre Trabalho Infantil.