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Estado de Minas

Empresa brasileira perde concessão de ferrovia na Argentina


postado em 05/06/2013 06:00 / atualizado em 05/06/2013 07:36

O governo de Cristina Kirchner aprontou mais uma para cima do Brasil, ao anunciar nessa terça-feira o fim dos contratos de concessão de 8 mil quilômetros de ferrovias de cargas administrados desde 1999 pela América Latina Logística (ALL). Inicialmente, o ministro do Interior e Transportes do país vizinho, Florencio Randazzo, alegou descumprimento de cláusulas, multas não pagas e abandono de ramais por parte da companhia brasileira. Em seguida, adotou o discurso de que “é estratégico manter sob controle os custos de logística no transporte de cargas de grãos”.

A Argentina, principal parceira do Brasil no Mercosul, vive uma crise na tentativa de recuperar o crescimento econômico. E, nesse sentido, estatizar empresas estrangeiras tem sido uma das escolhas do governo. A ALL, vítima de um processo recorrente na América Latina, não terá de pagar indenização, segundo Randazzo. As linhas passarão a ser de responsabilidade da empresa Belgrano Cargas, reestatizada há duas semanas. Elas cortam as principais regiões produtoras de grãos do país e transportam, por ano, cerca de 5 milhões de toneladas.


No Brasil, o governo preferiu o silêncio: Palácio do Planalto e Itamaraty não se pronunciaram. Nos bastidores, a situação ainda está sendo avaliada e o entendimento inicial é de que o país não irá intervir no conflito entre a empresa e as autoridades portenhas. As ações da ALL fecharam o pregão de ontem em alta de 1,59%. A estatização foi anunciada quando as negociações na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) estavam próximas do fim.

Em nota, a ALL informou que até o momento não havia recebido qualquer informação oficial do governo argentino e reforçou que, conforme já informara ao mercado, vinha buscando potenciais investidores interessados em adquirir participação nos negócios no país vizinho.

Para o professor de relações internacionais da Universidade Católica de Brasília (UCB) Creomar de Souza, a postura do governo Kirchner é “bastante perigosa”. “Há uma vontade expressa da presidente em assumir o controle de determinados ativos”, analisa Souza. “O governo brasileiro deveria agir para defender as empresas nacionais. Mas está diante de um impasse, uma vez que pode complicar sua relação com um importante parceiro.”


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