Do you speak English? A resposta que o mercado quer ouvir, rápida e sem tropeços, é Yes, I do. Se a sua resposta for essa, you’ve got the job (o emprego é seu). Na porta da Copa das Confederações e a um passo da Copa do Mundo a urgência é tanta que falar uma segunda língua se tornou mais decisivo na disputa pela vaga que ter diploma de pós-graduação. É uma espécie de cartão verde para se comunicar com o turista e com os parceiros comerciais. “Se o profissional não fala inglês e pensa em fazer pós-graduação, não há dúvidas: deve investir primeiro na segunda língua”, garante David Braga, gerente geral da Dasein, empresa de consultoria e recrutamento de recursos humanos.
Ninguém acreditava, mas as vagas de trabalho temporário para a Copa das Confederações apareceram. Chegou a hora de os profissionais bilíngues, ou trilíngues, para os mais sortudos, faturarem. No mercado de trabalho, as oportunidades estão abertas para garçons, recepcionistas, atendentes de telemarketing, balconistas de drogaria, motoristas, operadores da telefonia celular e até engenheiros de grandes obras. Todos, no sonho do empregador, devem ser capazes de atender seus clientes e fechar negócios em uma segunda língua (inglês ou espanhol).
O setor de bares, lanchonetes, restaurantes e cafés em Belo Horizonte tem pelo menos 3 mil vagas abertas para cargos como garçons, recepcionistas e chefs. “O inglês é um diferencial muito importante e quem fala está na frente no processo seletivo. Poderiam ficar com todas as vagas”, explica Fernando Junior, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). Fernando, que também é sócio-proprietário do Grupo Meet, cadeia de restaurantes, bares, lanchonetes, café, comida japonesa e iogurteria, diz que as aulas de inglês estão a todo o vapor na sua rede. “Precisamos treinar os funcionários para entender e atender os clientes.”
Marcos Correa acaba de chegar da Europa. Ele morou por três anos na Inglaterra e outros três anos na Espanha. De volta ao Brasil há dois meses, Correa trouxe na bagagem a fluência nos idiomas inglês e espanhol. E sente que voltou na hora certa. Em pouco tempo recebeu 10 propostas de trabalho. “Cheguei em ótimo momento. Com a crise europeia, o setor de turismo está em baixa lá, com muito desemprego. Já no Brasil o momento é bom, principalmente para quem fala o inglês e o espanhol”, afirma.
Ele acaba de ser contratado como temporário pelo Alfândega Bar, no Bairro São Pedro, como chefe de equipe. O contrato foi fechado pelo período de 15 de maio a 30 de junho. Correa acredita que a experiência pode ser trampolim para novas oportunidades. O dono do Alfândega, Pedro Loureiro, conta que contratou dois bilíngues para atuarem no bar durante a Copa. “O evento vai ser um grande laboratório para que a gente possa testar o que dá certo e o que não dá”, diz.
A guia Ana Maria Torres Ferreira vai acompanhar, durante sete dias, um grupo de jornalistas mexicanos. Vai ser uma boa oportunidade para colocar em prática seus estudos de espanhol. “Recebi outras propostas, mas não vou poder acertar”, diz. O serviço foi contratado pelo MG Turismo, que já está com grande parte das vans e carros locados para a Copa. “Vai ser um bom momento para avaliar os nossos serviços e os dos parceiros”, diz Guilherme Lima Vieira, dono da MG Turismo.
Alavanca para os salários
Levantamento da Dasein mostra que as oportunidades para quem fala outra língua – principalmente inglês – tem impacto direto sobre o contracheque, com salários de 20% a 60% maiores, dependendo da complexidade do cargo. “O inglês se tornou um ponto de exclusão em entrevistas. Para cargos de gerência, não basta a língua básica, é preciso a comunicação fluente”, alerta David Braga.
Primeiro hotel na orla da Pampulha, o San Diego, do grupo mineiro Arco, foi estrategicamente inaugurado no último sábado para atender a Copa das Confederações. Serão 170 apartamentos, sendo que os 90 inaugurados para o grande evento desse mês já estão esgotados. “Não temos mais vagas para a Copa das Confederações”, diz Natália Dornas, gerente operacional da rede de hotéis. Ela conta que, dos 25 funcionários que começaram a trabalhar no último sábado, 40% são bilíngues.
Aproveitando os bons ventos, Sofia Semenow não pensou duas vezes em trocar de emprego. Ela deixou o trabalho de recepcionista bilíngue para se tornar coordenadora bilíngue na nova ocupação. “Não é só a parte monetária que melhora com a promoção, mas também as oportunidades de crescimento na carreira que surgem em grandes empresas, que têm muitos bons projetos.”
A Drogaria Araújo está recrutando cerca de 100 profissionais intérpretes (que falem inglês) para atuar como temporários em 40 lojas da rede próximas a hotéis, pontos turísticos e Região da Pampulha. “É uma forma de fazer um ensaio para a Copa do Mundo. Como empresa mineira, temos obrigação de fazer bonito para quem vem de fora”, afirma André Giffoni, gerente de marketing da rede, que conta com 120 lojas na região metropolitana e interior do estado.
Os contratados vão atuar como recepcionistas para atender o turista, com jornada de 4 horas e remuneração de R$ 1,2 mil por 15 dias de trabalho. “É bom mostrar que em Belo Horizonte há empresas capazes de prestar bom atendimento em nível mundial”, diz Giffoni. Os currículos dos interessados devem ser enviados até hoje para o e-mail recrutamento@araujo.com.br.
Telefonia
A operadora de telefonia Vivo também preparou folhetos de telefonia informativos nos idiomas espanhol e inglês para atender os turistas que vierem para a Copa. A Vivo vai contratar profissionais temporários bilíngues para atuar nas lojas das capitais com sede da Copa. “O foco do turista vai ser no plano pré-pago, até porque ele vai ficar pouco tempo por aqui”, diz Fernanda Morete, diretora de trade-marketing e eficiência comercial da Telefônica/Vivo.
De forma sigilosa, uma empresa, que preferiu não se identificar, está selecionando motoristas bilíngues de ambos os sexos para trabalhar com veículos esportivos no período da Copa das Confederações. A remuneração é atrativa: R$ 3 mil, mais vale-transporte e vale-refeição. As vagas serão distribuídas entre Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro, Recife, Salvador e Belo Horizonte. Os interessados devem ter inglês fluente. Não é preciso ter experiência prévia na função, mas devem possuir carteira de motorista tipo: B, C ou D. O processo de seleção está sendo feito pelo site https://www.processodeselecao.com.br/. (MC E GC)
Ninguém acreditava, mas as vagas de trabalho temporário para a Copa das Confederações apareceram. Chegou a hora de os profissionais bilíngues, ou trilíngues, para os mais sortudos, faturarem. No mercado de trabalho, as oportunidades estão abertas para garçons, recepcionistas, atendentes de telemarketing, balconistas de drogaria, motoristas, operadores da telefonia celular e até engenheiros de grandes obras. Todos, no sonho do empregador, devem ser capazes de atender seus clientes e fechar negócios em uma segunda língua (inglês ou espanhol).
O setor de bares, lanchonetes, restaurantes e cafés em Belo Horizonte tem pelo menos 3 mil vagas abertas para cargos como garçons, recepcionistas e chefs. “O inglês é um diferencial muito importante e quem fala está na frente no processo seletivo. Poderiam ficar com todas as vagas”, explica Fernando Junior, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). Fernando, que também é sócio-proprietário do Grupo Meet, cadeia de restaurantes, bares, lanchonetes, café, comida japonesa e iogurteria, diz que as aulas de inglês estão a todo o vapor na sua rede. “Precisamos treinar os funcionários para entender e atender os clientes.”
Marcos Correa acaba de chegar da Europa. Ele morou por três anos na Inglaterra e outros três anos na Espanha. De volta ao Brasil há dois meses, Correa trouxe na bagagem a fluência nos idiomas inglês e espanhol. E sente que voltou na hora certa. Em pouco tempo recebeu 10 propostas de trabalho. “Cheguei em ótimo momento. Com a crise europeia, o setor de turismo está em baixa lá, com muito desemprego. Já no Brasil o momento é bom, principalmente para quem fala o inglês e o espanhol”, afirma.
Ele acaba de ser contratado como temporário pelo Alfândega Bar, no Bairro São Pedro, como chefe de equipe. O contrato foi fechado pelo período de 15 de maio a 30 de junho. Correa acredita que a experiência pode ser trampolim para novas oportunidades. O dono do Alfândega, Pedro Loureiro, conta que contratou dois bilíngues para atuarem no bar durante a Copa. “O evento vai ser um grande laboratório para que a gente possa testar o que dá certo e o que não dá”, diz.
A guia Ana Maria Torres Ferreira vai acompanhar, durante sete dias, um grupo de jornalistas mexicanos. Vai ser uma boa oportunidade para colocar em prática seus estudos de espanhol. “Recebi outras propostas, mas não vou poder acertar”, diz. O serviço foi contratado pelo MG Turismo, que já está com grande parte das vans e carros locados para a Copa. “Vai ser um bom momento para avaliar os nossos serviços e os dos parceiros”, diz Guilherme Lima Vieira, dono da MG Turismo.
Alavanca para os salários
Levantamento da Dasein mostra que as oportunidades para quem fala outra língua – principalmente inglês – tem impacto direto sobre o contracheque, com salários de 20% a 60% maiores, dependendo da complexidade do cargo. “O inglês se tornou um ponto de exclusão em entrevistas. Para cargos de gerência, não basta a língua básica, é preciso a comunicação fluente”, alerta David Braga.
Primeiro hotel na orla da Pampulha, o San Diego, do grupo mineiro Arco, foi estrategicamente inaugurado no último sábado para atender a Copa das Confederações. Serão 170 apartamentos, sendo que os 90 inaugurados para o grande evento desse mês já estão esgotados. “Não temos mais vagas para a Copa das Confederações”, diz Natália Dornas, gerente operacional da rede de hotéis. Ela conta que, dos 25 funcionários que começaram a trabalhar no último sábado, 40% são bilíngues.
Aproveitando os bons ventos, Sofia Semenow não pensou duas vezes em trocar de emprego. Ela deixou o trabalho de recepcionista bilíngue para se tornar coordenadora bilíngue na nova ocupação. “Não é só a parte monetária que melhora com a promoção, mas também as oportunidades de crescimento na carreira que surgem em grandes empresas, que têm muitos bons projetos.”
A Drogaria Araújo está recrutando cerca de 100 profissionais intérpretes (que falem inglês) para atuar como temporários em 40 lojas da rede próximas a hotéis, pontos turísticos e Região da Pampulha. “É uma forma de fazer um ensaio para a Copa do Mundo. Como empresa mineira, temos obrigação de fazer bonito para quem vem de fora”, afirma André Giffoni, gerente de marketing da rede, que conta com 120 lojas na região metropolitana e interior do estado.
Os contratados vão atuar como recepcionistas para atender o turista, com jornada de 4 horas e remuneração de R$ 1,2 mil por 15 dias de trabalho. “É bom mostrar que em Belo Horizonte há empresas capazes de prestar bom atendimento em nível mundial”, diz Giffoni. Os currículos dos interessados devem ser enviados até hoje para o e-mail recrutamento@araujo.com.br.
Telefonia
A operadora de telefonia Vivo também preparou folhetos de telefonia informativos nos idiomas espanhol e inglês para atender os turistas que vierem para a Copa. A Vivo vai contratar profissionais temporários bilíngues para atuar nas lojas das capitais com sede da Copa. “O foco do turista vai ser no plano pré-pago, até porque ele vai ficar pouco tempo por aqui”, diz Fernanda Morete, diretora de trade-marketing e eficiência comercial da Telefônica/Vivo.
De forma sigilosa, uma empresa, que preferiu não se identificar, está selecionando motoristas bilíngues de ambos os sexos para trabalhar com veículos esportivos no período da Copa das Confederações. A remuneração é atrativa: R$ 3 mil, mais vale-transporte e vale-refeição. As vagas serão distribuídas entre Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro, Recife, Salvador e Belo Horizonte. Os interessados devem ter inglês fluente. Não é preciso ter experiência prévia na função, mas devem possuir carteira de motorista tipo: B, C ou D. O processo de seleção está sendo feito pelo site https://www.processodeselecao.com.br/. (MC E GC)