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Estado de Minas

Anac aprova um Confins maquiado

Diretor da agência faz vistoria e fica satisfeito, mas itens postos só para visita foram retirados depois da inspeção


postado em 07/06/2013 08:54 / atualizado em 07/06/2013 08:57

Funcionários recolhem carrinhos de bagagem colocados no saguão apenas pela manhã(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A/Press)
Funcionários recolhem carrinhos de bagagem colocados no saguão apenas pela manhã (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A/Press)
Um aeroporto que funciona de forma (quase) impecável. Não fosse a escada rolante e uns totens de autoatendimento desligados, o diretor de Relação Econômica da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Ricardo Bezerra, teria encontrado o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, pronto para receber turistas na Copa das Confederações. De fato, pouco antes dele iniciar a vistoria, a superintendência responsável pelo aeroporto tratou de maquiá-lo para agradar à visita. Carrinhos de bagagem foram espalhados pelo saguão; auxiliares de serviços gerais se multiplicaram para livrar o piso da poeira da obra e funcionários da turma do “posso ajudar?” se posicionaram estrategicamente para o caso de o diretor ter qualquer dúvida. Mas durou pouco. Bastou o visitante embarcar para que tudo voltasse ao usual, sem carrinhos, com poeira e filas no balcão de informações.

À chegada do diretor, ele se reuniu rapidamente com a superintendente do aeroporto, Maria Edwirges Madeira, deu uma entrevista para explicar o que seria feito e seguiu para a vistoria. Primeiro, percorreu o saguão inferior, onde estão os portões de desembarque e os balcões de check-in. Lá, pôde ver uma dezena ou mais de funcionários cuidando da limpeza com afinco para evitar que a poeira da obra tomasse conta do terminal, como em dias anteriores.

No meio da caminhada, Bezerra se deparou com aproximadamente 300 carrinhos de bagagem. Formando quatro enormes filas em frente ao setor de desembarque internacional, eles estavam disponíveis para quem precisasse de apoio para carregar malas. Todos eles novos, com alças em verde, azul e amarelo em homenagem à bandeira nacional. Mas foi só o diretor subir as escadas para vistoriar o segundo andar para que como em um passe de mágica boa parte dos carrinhos sumiram.

Avisado sobre a situação, o diretor creditou a presença dos carrinhos ao fato de o terminal estar vazio por não se tratar de um horário de pico. Errado. Minutos depois de ele se ausentar, funcionários da Infraero retiraram quase todos os carrinhos de uma só vez, acomodando-os em um espaço do desembarque internacional. Enquanto isso, os locais destinados aos carrinhos permaneciam vazios.

Acostumado a viajar por todo o país, o empresário de Londrina, Hygino Montosa se revoltou por ter encontrado o aeroporto em ordem durante a visita. Nem precisou ser provocado pelos repórteres que estavam no aeroporto e se manifestou: “Vocês estão filmando só a parte que está funcionando. Isso é só uma maquiagem ou vale para depois da Copa? Por que tem dias em que a fila de check-in chega lá na porta”, disse ele em alusão à extensão da fila no setor de inspeção.

E a maquiagem fez efeito. O diretor da agência reguladora, que havia estado em Confins havia mais de um ano, saiu satisfeito da vistoria e fez ressalvas pontuais, como a necessidade de os totens de check-in estarem em funcionamento. Uma escada rolante também estava fora de operação, mas prontamente foi ligada. Um relatório deve ser divulgado depois que todas as cidades forem visitadas. O Estado de Minas entrou em contato com a Infraero, mas a superintendente do aeroporto não estava disponível para comentar a visita.


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