A Receita Federal anunciou nessa sexta-feira a liberação do primeiro lote de restituição do Imposto de Renda (IR) para 1,9 milhão de contribuintes. A estratégia do governo ao liberar o maior montante da história – de R$ 2,8 bilhões – é aquecer o consumo e dar estímulo à economia estagnada. A consulta será liberada às 9h de segunda-feira e o dinheiro será depositado em 17 de junho.
O valor liberado – já acrescido da taxa básica de juros (Selic) – inclui, além do primeiro lote do IR 2013, parcelas residuais de 2009 a 2012. Inicialmente, foram priorizados os contribuintes idosos, portadores de necessidades especiais e com doenças graves, que totalizam 1,7 milhão dos beneficiados.
Para saber se teve a declaração liberada, o contribuinte terá de acessar o portal do fisco (www.receita.fazenda.gov.br) ou o Receitafone (146). Neste ano, também será possível consultar o lote por meio do aplicativo para tablets e smartphones. O valor ficará disponível no banco por um ano. Caso o resgate não seja feito, o cidadão terá que requerer o dinheiro à Receita. Se o valor não entrar na conta, o órgão orienta que a pessoa procure uma agência do Banco do Brasil para agendar o crédito em qualquer banco.
Neste ano, 26 milhões de pessoas declaram o Imposto de Renda da Pessoa Física. Calcula-se que pelo menos 52% desses contribuintes terão direito a restituição. Em abril, a Receita Federal estimou que ao menos R$ 12 bilhões sairão dos cofres públicos de volta aos contribuintes que declararam o IR em 2013. O número, no entanto, pode crescer à medida que os milhões de brasileiros que, anualmente, perdem o prazo, prestem contas ao Leão. Só no ano passado, quase 1 milhão de cidadãos declararam após o prazo. No total, serão sete lotes de restituições, entre junho e dezembro.
Planejamento
O objetivo do governo com o megalote anunciado é dar novo fôlego ao consumo. Mas os especialistas recomendam cautela na hora de gastar a restituição. Para o educador financeiro Reinaldo Domingos, o melhor destino para o montante recebido é a poupança. “É importante ter reservas”, afirmou. Segundo ele, a decisão sobre o que fazer com o dinheiro — investir, poupar ou quitar dívidas — deve ser pensada com antecedência. “Se a pessoa não se planejar, corre o risco de o dinheiro cair na conta e se evaporar, ser gasto sem que ela perceba”, explicou.
No caso de endividamento, Domingos recomenda que a pessoa analise a dívida e veja se é realmente necessário antecipar o pagamento. “Se for uma dívida controlada, como um financiamento, e que está sendo paga em dia, pode valer mais a pena poupar o dinheiro da restituição”, disse. Quando os juros envolvidos são altos – como cartão de crédito ou cheque especial, por exemplo – ou as contas atrasadas saíram do controle, o melhor é quitar logo os valores, livrando-se das prestações. “Nesse caso, a pessoa tem que fazer uma faxina financeira, senão, daqui a pouco meses, vai estar enrolada com contas vencidas novamente” orientou.