A primeira prévia do IGP-M, que apresentou aceleração da inflação de 0,03% para 0,43% entre maio e junho, veio em linha com as expectativas para o indicador oficial do governo, o IPCA, de junho. A opinião é do economista-chefe da corretora Gradual Investimentos, André Perfeito, que interpreta o resultado da prévia do IGP-M como o fim de um período de contribuição negativa da safra nos indicadores de inflação.
Até o mês passado, os produtos agropecuários apresentavam deflação, resultado que não foi repetido neste mês, segundo cálculo da Fundação Getulio Vargas (FGV). A taxa do grupo passou de -2,23% para 0,14%. Considerando a cadeia produtiva no atacado o quadro é também de altas, com exceção dos bens finais (de -0 10% para -0,35%), último elo da cadeia a ser beneficiado por quedas anteriores dos preços dos agrícolas.
No varejo, a desaceleração ainda prevalece. No grupo alimentação com grande peso no cálculo do indicador de inflação para o consumidor final, a taxa passou de 0,07% para 0,01%.
Para Perfeito, no entanto, o destaque no varejo é o grupo Transportes, que ainda não apresenta aceleração, tendo passado de 0,06% para 0,04%, apesar do reajuste das tarifas de ônibus urbano no Rio de Janeiro e de São Paulo. Mas a expectativa é de que essa seja uma fonte de pressão sobre a inflação até o fim do mês, quando o IPCA em 12 meses deverá ultrapassar o teto da meta do governo, de 6,50%.