Os investidores deram nessa segunda-feira mais uma prova do mau humor em relação ao Brasil e obrigaram o Banco Central a intervir, pela primeira vez no ano, duas vezes no mesmo dia no mercado de câmbio. Tudo para tentar conter a disparada do preço do dólar, que bateu em R$ 2,16 e já impacta a inflação. Mas, apesar despejar US$ 2,1 bilhões no sistema financeiro, por meio de dois leilões de swap (equivalente a vendas futuras da moeda norte-americana), o BC não conseguiu impedir a valorização de 0,56% da divisa dos Estados Unidos, cotada a R$ 2,148, o maior nível desde abril de 2009.
No primeiro leilão de ontem, da oferta de 40 mil contratos, com vencimento em julho deste ano, foram negociados 10 mil, numa operação de US$ 498,3 milhões. Dos outros 40 mil contratos ofertados, com vencimento em agosto, foram negociados 10 mil, com valor de US$ 497,8 milhões. No segundo leilão, foram negociados 11 mil contratos com vencimento em agosto (US$ 546 milhões) e 11,5 mil contratos, com vencimento em julho (US$ 571,6 milhões). No total dos dois leilões, o BC jogou US$ 2,1 bilhões no mercado ontem, em intervenções que desaceleraram o ritmo de alta mas não conseguiram reverter a direção da cotação.
Essa foi a quarta vez que o BC entrou no mercado este ano. Nas duas primeiras, a autoridade monetária vendeu US$ 2,252 bilhões em leilões. A última vez que o BC fez dois leilões de swap num mesmo pregão foi em 26 de dezembro, quando a moeda rondava R$ 2,08. “O BC está deixando claro para o mercado que o teto da banda é R$ 2,15. Cada vez que a moeda norte-americana passar desse patamar, ele vai intervir. Foi assim nas duas primeiras intervenções do ano e também nesta de hoje (ontem)”, avalia o gerente da Fair Corretora, Mário Battistel.
Na avaliação do especialista, essas intervenções acalmam o mercado. “Quando não se sabe a banda de atuação, o mercado fica forçando para ver onde está o teto, criando uma ciranda. Um banco vende para outro, que vende para outro, que, por sua vez, revende para o primeiro. Só para ver até onde vai”, ressalta. Battistel acredita que, uma vez estabelecido teto, o mercado para de forçar e a moeda americana passa a oscilar apenas conforme os movimentos internacionais.
Movimentos externos
A divulgação de dados ruins da economia chinesa provocaram a valorização do dólar no mercado internacional, frente a várias divisas ligadas a commodities, como o dólar australiano, que caiu 0,62% ante a moeda dos Estados Unidos. “A valorização está ganhando força por conta do fortalecimento dos Estados Unidos e também de notícias da China. O BC está intervindo, não para criar uma banda, mas para impedir que a divisa oscile demais. Com esses leilões, ele consegue frear o ímpeto comprador e vendedor, que é o seu objetivo, mas não impede o movimento internacional", explica o gerente de análise da XP Investimentos Caio Sasaki.
Segundo ele, o dólar tem espaço para chegar até R$ 2,20. “O mercado entende que essa é a região ideal. Nosso câmbio deve seguir acompanhando seus pares”, afirma Sasaki, referindo-se a outras moedas latino-americanas que também perderam valor frente à divisa norte-americana.
Para o economista-chefe da Opus Investimento, José Márcio Camargo, o dólar ganhou força no mundo todo devido às perspectivas de que o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, comece a diminuir seu programa de estímulo monetário devido a sinais de recentes de recuperação econômica do país. “O Fed sinalizou que vai reduzir os incentivos já no segundo semestre deste ano. Os juros dos EUA vão subir, aliás, já estão subindo, a tendência é a moeda continuar se valorizando”, afirma.
Credibilidade
Além disso, salienta Camargo, a situação interna do Brasil não é nada favorável, a política econômica perdeu credibilidade, e os índices de inflação continuam em alta. "A política fiscal é claramente expansionsista, o, que deixou o Banco Central sozinho no combate à inflação. A autoridade monetária havia dito que a inflação ia arrefecer em junho e o que a gente vê são os índices subindo. A queda não vai ocorrer em junho. E a credibilidade do BC continua caindo”, diz.
No primeiro leilão de ontem, da oferta de 40 mil contratos, com vencimento em julho deste ano, foram negociados 10 mil, numa operação de US$ 498,3 milhões. Dos outros 40 mil contratos ofertados, com vencimento em agosto, foram negociados 10 mil, com valor de US$ 497,8 milhões. No segundo leilão, foram negociados 11 mil contratos com vencimento em agosto (US$ 546 milhões) e 11,5 mil contratos, com vencimento em julho (US$ 571,6 milhões). No total dos dois leilões, o BC jogou US$ 2,1 bilhões no mercado ontem, em intervenções que desaceleraram o ritmo de alta mas não conseguiram reverter a direção da cotação.
Essa foi a quarta vez que o BC entrou no mercado este ano. Nas duas primeiras, a autoridade monetária vendeu US$ 2,252 bilhões em leilões. A última vez que o BC fez dois leilões de swap num mesmo pregão foi em 26 de dezembro, quando a moeda rondava R$ 2,08. “O BC está deixando claro para o mercado que o teto da banda é R$ 2,15. Cada vez que a moeda norte-americana passar desse patamar, ele vai intervir. Foi assim nas duas primeiras intervenções do ano e também nesta de hoje (ontem)”, avalia o gerente da Fair Corretora, Mário Battistel.
Na avaliação do especialista, essas intervenções acalmam o mercado. “Quando não se sabe a banda de atuação, o mercado fica forçando para ver onde está o teto, criando uma ciranda. Um banco vende para outro, que vende para outro, que, por sua vez, revende para o primeiro. Só para ver até onde vai”, ressalta. Battistel acredita que, uma vez estabelecido teto, o mercado para de forçar e a moeda americana passa a oscilar apenas conforme os movimentos internacionais.
Movimentos externos
A divulgação de dados ruins da economia chinesa provocaram a valorização do dólar no mercado internacional, frente a várias divisas ligadas a commodities, como o dólar australiano, que caiu 0,62% ante a moeda dos Estados Unidos. “A valorização está ganhando força por conta do fortalecimento dos Estados Unidos e também de notícias da China. O BC está intervindo, não para criar uma banda, mas para impedir que a divisa oscile demais. Com esses leilões, ele consegue frear o ímpeto comprador e vendedor, que é o seu objetivo, mas não impede o movimento internacional", explica o gerente de análise da XP Investimentos Caio Sasaki.
Segundo ele, o dólar tem espaço para chegar até R$ 2,20. “O mercado entende que essa é a região ideal. Nosso câmbio deve seguir acompanhando seus pares”, afirma Sasaki, referindo-se a outras moedas latino-americanas que também perderam valor frente à divisa norte-americana.
Para o economista-chefe da Opus Investimento, José Márcio Camargo, o dólar ganhou força no mundo todo devido às perspectivas de que o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, comece a diminuir seu programa de estímulo monetário devido a sinais de recentes de recuperação econômica do país. “O Fed sinalizou que vai reduzir os incentivos já no segundo semestre deste ano. Os juros dos EUA vão subir, aliás, já estão subindo, a tendência é a moeda continuar se valorizando”, afirma.
Credibilidade
Além disso, salienta Camargo, a situação interna do Brasil não é nada favorável, a política econômica perdeu credibilidade, e os índices de inflação continuam em alta. "A política fiscal é claramente expansionsista, o, que deixou o Banco Central sozinho no combate à inflação. A autoridade monetária havia dito que a inflação ia arrefecer em junho e o que a gente vê são os índices subindo. A queda não vai ocorrer em junho. E a credibilidade do BC continua caindo”, diz.